O orifício de nossos ouvidos, cujo nome correto é conduto auditivo externo, não deve ser limpo com cotonetes. O uso de hastes flexíveis de plástico com algodões nas pontas pode machucar o órgão. Além disso, ao invés de limparmos totalmente o canal do ouvido, estamos na verdade fazendo com o cotonete apenas uma limpeza parcial, pois o resto de cerume que não é retirado vai se acumulando e com o tempo chega a obstruir totalmente o canal auditivo, causando uma diminuição importante da audição.

O alerta é do médico otorrinolaringologista Marcelo Toledo Piza, da Clínica Toledo Piza, parceiro da Telex Soluções Auditivas no interior de São Paulo. “O que ocorre é que muitas vezes traumas pequenos na pele do conduto auditivo levam a inflamações e infecções que causam dor e muitas vezes pus, dificultando a limpeza e causando diminuição da audição.

O médico revela que são comuns acidentes graves nos ouvidos, principalmente durante a infância, com o uso de cotonetes, lápis, tampas de caneta, gravetos e até clipes. “Há casos inclusive de pessoas que durante a limpeza dos ouvidos se distraem com alguma coisa e deixam o cotonete no ouvido. Esse esquecimento é lembrado depois de maneira dolorosa e perigosa quando, por exemplo, a pessoa atende o telefone”.
O especialista lembra que as pessoas não têm ideia do perigo que correm com essa limpeza inadequada. “Lesões da pele do conduto, da membrana timpânica e às vezes até dos ossículos que temos dentro de nossos ouvidos podem causar problemas como perfurações da membrana e fraturas dos próprios ossículos, que podem comprometer a audição, até mesmo de maneira definitiva”.
Não tenha medo de ficar com o ouvido sujo. Quando há cera visível, podemos retirá-la com a ajuda de uma toalha úmida; e para manter a higiene, basta lavar com água e esfregar atrás da orelha e as curvinhas durante o banho.
Mas se já há suspeitas de problemas para ouvir, o melhor é procurar um médico otorrinolaringologista. É ele quem vai examinar, diagnosticar o grau e o tipo de perda auditiva e qual a melhor solução. Muitas vezes o uso do aparelho auditivo resolve o problema e é essencial para que o indivíduo resgate sua autoestima.

Depois do diagnóstico do médico, cabe aos fonoaudiólogos indicar qual tipo e modelo de aparelho são indicados para atender às necessidades do deficiente auditivo. “Ao comprovar a perda auditiva, o aparelho será então regulado para tornar os sons audíveis para o paciente. Atualmente, há uma diversidade de modelos de aparelhos auditivos, com design moderno, quase invisíveis no ouvido, adequados para diferentes graus de perda auditiva e que não ofendem a vaidade de quem usa”, conclui a fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas.