Na semana em que se comemora os 11 anos da lei nº. 10.436 de 24 de abril de 2002 sancionada pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o qual reconheceu a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como meio de comunicação e expressão para comunidades surdas do Brasil, a rede municipal de educação de Panorama tem motivo suficiente para comemorar a data, destacando o uso da metodologia bilíngue (libras e português) no processo de inclusão de alunos surdos em sala de aula.

Iniciada este ano, a educação bilíngue na rede de educação municipal oferece como primeira língua a introdução a libras, a segunda língua escrita, tendo a fala como opcional. A novidade é que o aprendizado bilíngue contempla não somente o aluno surdo, mas os demais alunos da sala do surdo que passam pelo aprendizado de libras.

Em Panorama existem quatro alunos surdos matriculados na rede municipal e três na rede estadual. Na escola municipal Ophélia Schipa de Oliveira há um aluno matriculado no EJA (Educação de Jovens e Adultos); um na escola infantil Ídolo Guastaldi e dois no 4ª ano da escola Armando Ribeiro. Com isso, as escolas passaram a se adaptar colocando cartazes com orientação escrita e sinalizada para ajudar na identificação das repartições existentes na escola, como é o exemplo do banheiro masculino e feminino.

Além da inclusão na educação, o município não deixa a desejar também na inclusão social por meio da educação religiosa oferecida pela igreja Batista, e na inserção no mercado de trabalho, como fez de maneira inédita na cidade o Supermercado São João, que contratou uma pessoa surda.

Pioneira na realização do congresso com surdos, Panorama se prepara para sediar a terceira edição em novembro. Ao espelho das experiências bem sucedidas em Presidente Prudente e Panorama, há outros eventos direcionados a comunidade surda e para estudiosos do assunto nos municípios de Tupã, Presidente Epitácio, e Flórida Paulista.

BRASIL –

Numa avaliação feita pela Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) sobre os números de surdos matriculados nas escolas brasileiras, destacam como extrema, a importância de ser tratada com urgência as medidas a serem tomadas no sentido de promover uma verdadeira inclusão escolar dos Surdos, o que implica repensar, também, o que vem a ser uma educação de qualidade para os surdos, porque, segundo a federação, não basta a inclusão deles no sistema escolar, eles [surdos] têm que conseguir ficar e terminar o ensino médio, já que os pouquíssimos que conseguem estudar, apenas 3% terminam o ensino médio.