A economia brasileira cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o crescimento foi de 1,9%.
Em valores correntes, o PIB alcançou a marca de R$ 1.110,4 bilhões.
Os dados vieram abaixo do crescimento esperado pelo mercado (0,9%). Nos últimos meses, o governo não tem feito previsões sobre os indicadores econômicos para evitar críticas.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o destaque do crescimento da economia no 1º trimestre foi a agropecuária, com alta de 9,7%. Por outro lado, com queda de 0,3%, a indústria demonstra que ainda patina, mesmo com diversos incentivos do governo para o setor.
O consumo das famílias, que estava segurando o crescimento da economia do país nos últimos trimestres, ficou estável (+0,1%) e prejudicou uma maior recuperação da economia no período.
Dentre os serviços, destacou-se o crescimento das atividades de administração, saúde e educação pública (0,8%), atividades imobiliárias e aluguel (0,7%), comércio (0,6%) e serviços de informação (0,3%). Já a intermediação financeira e seguros (0,1%) mostrou estabilidade. Outros serviços e transporte, armazenagem e correio caíram 0,5% e 0,9%, respectivamente.
O Produto Interno Bruto (PIB) foi divulgado nesta quarta-feira (29).
BC estimava crescimento de 1,05%
A estimativa do Banco Central, mostrada por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de expansão de 1,05% em relação ao quarto trimestre do ano passado. Quando os dados do BC foram divulgados, há duas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que achou o resultado “muito bom”.
O governo reduziu a expectativa de crescimento para este para 3,5%. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) baixou sua previsão de 3,5% para 3%. O mercado, por sua vez, está menos otimista: economistas de instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central disseram esperar um crescimento abaixo de 3%, segundo o último Boletim Focus divulgado.
Economia cresceu 0,9% em 2012, no pior ano desde 2009
A economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, no pior desempenho anual desde 2009, quando encolheu 0,3%. Em 2011, houve crescimento de 2,7% e, em 2010, de 7,5%.
Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 4,403 trilhões em 2012. O PIB per capita alcançou R$ 22.402, mantendo-se praticamente estável (0,1%) em relação a 2011.
Considerando os três setores da economia, serviços foi o único que apresentou desempenho positivo no acumulado de 2012, com alta de 1,7%. Por sua vez, a indústria encolheu 0,8% e a agropecuária despencou 2,3%.
Entenda como é feito o cálculo do PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.
O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade.
Um carro de 2011, por exemplo, não é computado no PIB de 2012, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano.
O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai.
O consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país.
Os investimentos das empresas também influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem atividades, contratam trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir.
Os gastos do governo são outro fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a construção de uma estrada, são contratados operários e é gasto material de construção, o que ele eleva a produção geral da economia.
As exportações também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo.
(Com Infomoney e Reuters)