A produção da indústria aumentou em 8 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mês de março na comparação livre de influências sazonais com fevereiro.

A indústria geral registrou alta de 0,7% de fevereiro para março, após apresentar um tombo de 2,4% no mês anterior.

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Os principais destaques de alta foram Paraná (5,4%), Minas Gerais (4,4%), Pernambuco (2,6%), Rio de Janeiro (2,5%) e Amazonas (2,5%). Segundo o IBGE, todos esses locais registraram resultados negativos no mês anterior.

Também tiveram alta na produção em março Bahia (0,8%), São Paulo (0,6%) e a região Nordeste (0,5%).

Entre os resultados negativos estão Pará (-3,8%), Goiás (-2,8%), Rio Grande do Sul (-1,3%) e Ceará (-1,0%). Outros locais em que a produção caiu são Santa Catarina (-0,7%) e Espírito Santo (-0,3%).

MELHOR DESEMPENHO

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, a alta na maior parte das regiões reflete a melhora de desempenho da indústria geral no mês de março, com influência positiva da produção de veículos e caminhões.

O setor automotivo cresceu 5,1% no país em março ante o mês anterior, após uma forte queda de 8,1% em fevereiro. Macedo diz que no mês anterior houve paralisações para aumento de capacidade produtiva, assim como redução de jornadas de trabalho nas indústrias de veículos.

“O mês de março mostrou uma recuperação dessa atividade após o comportamento menos positivo”, afirma.

A indústria de veículos teve forte influência positiva em regiões produtoras como Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.

O Paraná, região com a maior alta, também foi influenciado pelo setor de edição e impressão, além de ter registrado um resultado negativo em fevereiro (-1,3%), o que torna a sua base de comparação mais fraca.

Já São Paulo, maior parque industrial do país, também teve os resultados positivos influenciados por atividades como refino de petróleo e produção de álcool (com alta nacional de 3,3%) e produção de bebidas (4,6%).

Entre as regiões com resultado negativo, o destaque foi o Pará, com a terceira retração mensal consecutiva. A queda foi influenciada pela indústria extrativa, com destaque para o minério de ferro e a metalurgia básica.

COMPARAÇÃO ANUAL

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial nacional recuou em 11 dos 14 locais pesquisados. O IBGE destaca, porém, que março deste ano teve dois dias úteis a menos do que igual mês de 2012. A queda na indústria geral foi de 3,3% no período.

Os destaques negativos foram Pará (-14%) e Espírito Santo (-13,1%). O resultado no Pará foi pressionado pelo desempenho negativo dos setores extrativos (minérios de ferro e de alumínio), de metalurgia básica (óxido de alumínio) e de celulose, papel e produtos de papel.

Já no Espírito Santo, a retração foi resultado de um comportamento negativo na metalurgia básica (lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono), alimentos e bebidas (produtos embutidos de carnes de suínos e bombons) e indústrias extrativas (minério de ferro).

Ceará (-6,8%), Santa Catarina (-6,2%), Rio Grande do Sul (-5,3%), Paraná (-4,4%), Minas Gerais (-4,0%) e Pernambuco (-3,7%) completaram o conjunto de locais que assinalaram quedas mais acentuadas do que a da média nacional. Os demais resultados negativos ocorreram em Goiás (-3,2%), São Paulo (-2,6%) e região Nordeste (-2,6%).

As taxas positivas foram registradas em Amazonas (1,6%), Bahia (1,4%) e Rio de Janeiro (1,1%).

12 MESES

No índice acumulado em 12 meses encerrados em março, 10 das 14 regiões pesquisadas tiveram desempenho negativo. Nessa comparação, a indústria nacional soma uma perda produtiva de 2%.

Regionalmente, as quedas de destaque ficaram com Espírito Santo (-8,5%), Paraná (-7,5%), Amazonas (-6,8%) e Rio Grande do Sul (-4,8%), enquanto a Bahia (2,9%) e Minas Gerais (1,4%) tiveram as altas de maior expressão.