Sede de uma etapa da Copa do Mundo de natação em 1998, o parque aquático do Vasco vive em completo abandono 15 anos depois. O local está interditado desde janeiro e acumula problemas. Em uma simples visita ao estádio de São Januário é possível perceber janelas e cadeiras quebradas, além das piscinas vazias e um depósito improvisado de lixo entre o local e a entrada do portão 16. A diretoria reconhece a questão e vive a expectativa pela reforma do espaço para servir como centro de treinamento nas Olímpiadas de 2016.

A reportagem do UOL Esporte esteve em São Januário na última segunda-feira e comprovou a deterioração do parque aquático composto por quatro piscinas (uma olímpica, uma para saltos ornamentais e duas pequenas para aquecimento de atletas). Uma placa indicando “obras” interdita o espaço junto aos tapumes, mas nenhum procedimento vem sendo feito. Recentemente, o clube chegou a utilizar água das piscinas para irrigar o gramado.

Segundo a administração Roberto Dinamite, uma parceria do Governo Estadual com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) pode acarretar na reforma do espaço e transformá-lo em um centro de treinamento para seleções nas Olimpíadas de 2016. Por si só, o clube não tem condições de bancar o procedimento devido aos constantes problemas financeiros.

“Fizemos três orçamentos e devemos ter alguma resposta até o próximo mês. A intenção da CBDA e do governo é que o parque aquático funcione realmente como um centro de treinamento na Rio-2016. O caso está entregue ao nosso diretor geral [Cristiano Koehler]. O Vasco não pode fazer isso sozinho”, afirmou o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa.

O dirigente reconheceu que não existem obras no local no momento e aguarda os trâmites burocráticos para a definição da questão. “Não fizemos nada. A única coisa foi reparar alguns vazamentos que davam mais de R$ 150 mil de prejuízo mensal. As piscinas foram fechadas por essa razão. Precisamos ter a certeza da utilização para promover a reforma”, comentou.

Caso a reforma não seja definida por governo e CBDA, Manuel Barbosa considera possível a demolição do local por causa de um futuro projeto para a ampliação do estádio de São Januário. “A reforma é o que está mais próximo hoje. As coisas estão andando. Mas, caso não aconteça, a demolição já foi conversada em algumas reuniões. Depende muito das receitas e a liberação da Prefeitura para a ampliação de São Januário. É um processo complexo”, explicou.

O acúmulo de lixo no local foi tratado como normal pelo cartola. Segundo Barbosa, o Vasco tem vínculo firmado com uma empresa para recolher os detritos diariamente. Porém, atrasos costumam acontecer nos fins de semana.

“O lixo é retirado diariamente. É uma empresa que limpa. Pode acontecer de o processo atrasar pelo fim de semana e junta tudo para segunda. Não fica sempre assim”, ponderou.

CBDA apoia reforma, mas não confirma participação

O parque aquático de São Januário é visto com bons olhos para a Rio-2016 pelo presidente da CBDA, Coaracy Nunes. Sem poder contar com o Maria Lenk por uma futura reforma e a demolição do Parque Aquático Júlio de Lamare para a construção de um estacionamento e do Museu do Futebol no complexo do Maracanã, o Vasco aparece como boa oportunidade para abrigar as seleções.

Supervisor técnico de natação da CBDA e gerente de esportes aquáticos na Rio-2016, Ricardo de Moura deixou claro o interesse pelo espaço cruzmaltino, mas não confirmou a participação oficial do órgão na reforma do parque aquático.

“Sei da realidade da utilização de piscinas alternativas para treinos. Podemos alinhavar alguns projetos, mas ainda não oficializamos. São pontos alternativos que procuramos. Os melhores são os das Forças Armadas. São Januário pode entrar em pauta, mas precisa de melhorias mínimas para terminar em um espaço profissional”, encerrou.