A alta do dólar, que vem sendo registrada no Brasil nos últimos dias, começa a ser sentida nos bolsos dos brasileiros. Na semana passada, esse aumento repentino começou quando o dólar fechou acima de R$ 2,07 pela primeira vez em cinco meses, após dados positivos dos Estados Unidos sugerirem que o banco central norte-americano poderá diminuir seu programa de estímulo monetário nos próximos meses, reduzindo a liquidez internacional.

Se por um lado o dólar alto beneficia a indústria nacional, tornando seus produtos mais baratos no exterior e os importados mais caros, por outro também torna as viagens internacionais mais caras para os brasileiros. Isso porque as passagens e hotéis geralmente são cotadas em dólar.
O proprietário da agência de viagens, Luciano Turismo explica que o aumento do dólar diminuiu o desejo das pessoas viajarem para o exterior. “Um dos problemas é que os passeios, as lembrancinhas, a comida consumida em outro país já estão cotadas com o dólar alto, isso desestimula a pessoa a viajar. As passagens ainda não sofreram esse aumento, mas se a moeda americana continuar em alta nos próximos dias é bem provável que surja o reajuste”, enfatiza Luciano Gerlin da Silva.
Luciana salienta que a procura por viagens internacionais diminuiu 20% em comparação com o preço do dólar quando está baixo e que neste momento é preocupante fazer o turismo fora do país, tendo em vista, que o euro também acompanha o aumento do preço do dólar. “No momento está havendo uma maior cautela das pessoas para viajar para fora. Apesar de que aqueles que estão preparados para ir vão de qualquer maneira e, aqueles que já compraram o pacote de viagens para as férias de julho antecipado, não há jeito, terão que enfrentar o reajuste do preço quando chegar ao outro país”, lembra o agente de viagem.
Outro setor que já sente a alta do dólar é o de importação. A empresária Sara dos Santos Scarabelli Souza afirma que há duas semanas não consegue fazer compras dos produtos para a sua loja, devido à alta do câmbio, que atualmente encontra-se na faixa de R$ 2,25, no Paraguai. “No Paraguai, o câmbio é mais caro se comparado com as casas de câmbio no Brasil, que pode ser encontrado e vendido por até R$ 2,14. O problema é a dificuldade de trocar o real pelo dólar aqui no País, por isso, no momento de comprar as mercadorias fazemos a troca nas casas de câmbio no Paraguai mesmo”, diz a comerciante.
Sara pontua que para aqueles que compram poucas mercadorias, como no caso grande parte dos turistas, a diferença do preço acaba não sento tão alta. Mas, para aqueles que compram aproximadamente seis peças de cada produto, como é o caso da comerciante, a margem do preço é muito alta, muitas vezes nem compensando trazer para revender. “O número de encomendas caiu muito nos últimos dias devido o preço alto do dólar. Os clientes estão aguardando uma melhor estabilização da moeda, para então fazer o pedido”, ressalta Sara.
Os produtos com mais reflexos nos preços até então são os eletrônicos. Um aparelho toca CD está sendo vendido, por exemplo, por R$ 280, em Dracena, mas caso esse aumento continue nas próximas semanas, deverá passar a custar para o consumidor final R$ 320, segundo Sara. “Minha intenção é buscar novos produtos na próxima semana. Mas caso o aumento do dólar continue, será inevitável aumentar o valor de todos os produtos na loja para os clientes”, enfatiza.
CONTRAPONTO – Um dos produtos muito vendidos nas lojas de eletrônicos são os televisores e por usar componentes importados, a previsão é que sofram reajustes nos próximos dias.
Na Lojas Pernambucanas de Dracena, o aumento do dólar ainda não afetou os preços dos televisores para o consumidor. De acordo com a vendedora da loja, Luciana Aparecida Nonato, não há previsão de aumento para as TVs, pelo contrário, desde o início do ano, houve uma queda no custo entre 10% a 20%. “As vendas de Tvs estão sendo bem acentuadas. Para o Dia das Mães e no último final de semana, a TV foi um dos itens mais procurados pelos clientes”, explica a vendedora.
Luciana acredita que devido a Copa de 2014, que será realizada no Brasil, as vendas de televisores será ainda maior. Há casos de pessoas se antecipando para garantir um melhor preço e ver a competição de futebol mais aguardada do mundo em uma imagem de boa resolução na TV. “Alguns clientes afirmam que o motivo da compra do aparelho é devido a Copa. Hoje (ontem) mesmo, fiz uma venda para um senhor que quer assistir aos jogos em um televisor novo”, diz.
A maior procura é pelas TVs acima de 42 polegadas. Hoje existe no mercado modelos em 3D, Smartv entre muitas outras novidades para atrair o consumidor. Uma TV de 40 polegadas pode ser encontrada entre R$ 1.250 (LCD) a R$ 1.499 (Led). Já as de 47 polegadas, o consumidor deverá desembolsar entre R$ 2.700 a R$ 3.500, conforme os recursos oferecidos de modelo.
A vendedora salienta que as fábricas de televisores estão parando de fabricar as TVs de LCD e investindo apenas nas de telas de Led. Com tudo, atualmente os aparelhos de Led são mais caros que os de LCD, mas para que o consumidor não sinta tanta diferença no bolso e no aparelho, as fabricantes começaram a fazer a caixa da TV mais larga como a de LCD, mas com a iluminação de Led e com menos entrada. Tudo para deixar o cliente satisfeito, com uma melhor qualidade de imagem.