A disparada do dólar fez o custo de pacotes de viagem de turismo para o exterior subir 15,8% em reais em pouco mais de três meses.

Em 8 de março, quando o dólar valia R$ 1,95, o menor preço do ano, um passeio de 13 dias em Orlando e Miami (EUA) — incluindo hospedagem e passagem aérea — saía a R$ 7.800 por pessoa (US$ 4.000).

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Hoje, o mesmo pacote custa R$ 9.040, com o dólar a R$ 2,26, o maior valor em mais de quatro anos.

Os cálculos, para efeito de comparação, consideram valores médios de agências de turismo em São Paulo e o dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, de sexta-feira.

As operadoras podem, porém, cobrar a taxa de câmbio que desejarem –que costuma ser mais alta que a de mercado.

 Editoria de Arte/Folhapress 

Considerando só o mês de junho, o aumento de custo em reais foi de 6,1% em três semanas. No dia 3, o dólar estava em R$ 2,13.

O professor de física Thiago Fernandes Maximo Teixeira, 30, que viaja no dia 4 de julho para Orlando e Detroit, levou um susto com o aumento das cotações. Para não extrapolar os gastos, pretende reduzir as compras.

Mauro Rochlin, economista e professor do Ibmec-RJ, aconselha ao viajante a compra fracionada de dólares para tentar obter um preço médio satisfatório.

O QUE FAZER

Quem ainda não fechou a viagem tem alternativas para reduzir os custos do passeio.

Entre as possibilidades, estão escolher um hotel mais barato que o previsto inicialmente, encurtar a viagem ou mesmo trocar o destino, diz Eby Piaskowy, da agência de viagens Queensberry.

Levar comida a parques e alugar um carro econômico também ajudam a cortar custos, diz o educador financeiro Mauro Calil. “Nas compras, prefira artigos da temporada anterior”, acrescenta.

Comparar preços em agências antes de fechar o pacote também é recomendado, mas é preciso atenção para ver se as promoções valem a pena.

Algumas operadoras, por exemplo, oferecem dólar com preço mais baixo que o de mercado.

“Nesse caso, é preciso comparar os custos em dólar para ver se a agência não está cobrando mais do que os concorrentes”, afirma Jurandir Macedo, consultor de finanças pessoais do Itaú.

Por exemplo, se um determinado serviço, como hotel, custa US$ 1.500 em uma agência que vende o dólar a R$ 1,99, outra empresa que cobra R$ 2,20 pela moeda acaba sendo mais vantajosa se a estadia sai por US$ 1.300.