O aeroporto Chafei Amsei, de Barretos (423 km de São Paulo), ganhou um forte aliado na tentativa de atrair o interesse de companhias aéreas. O Hospital de Câncer, referência em tratamento oncológico na América Latina, lançou a campanha “Voo Contra o Câncer”, para sensibilizar a classe alta do Brasil por doações e para atrair rotas aéreas para o município.

Recém municipalizado, o aeródromo foi incluído no Plano de Aviação Regional, do governo federal. Porém, ainda falta definir qual modelo de gestão será adotado pela prefeitura.

O diretor-geral do HC de Barretos, Henrique Prata, conta que a campanha surgiu após reclamação ao publicitário Washington Olivetto, de quem é amigo, sobre a dificuldade de atrair donativos e a atenção das classes A e B.

“O projeto [HC] tem hoje 120 mil m¦ e foi construído 80% com o apoio das classes C e D”, diz Prata. O hospital faz tanto atendimentos particulares quanto pelo SUS. 

Prata lamenta que, dentro do Brasil, não consegue chamar a atenção das classes A e B sobre a excelência dos tratamentos oferecidos em Barretos, principalmente pela falta de acesso à cidade.

“O Olivetto, ao invés de fazer uma campanha direcionada para o hospital, focou no aeroporto, que é o meio mais integrado para chamar a atenção para o hospital”, explica.

Agora, Prata espera atrair não só a atenção dos ricos, mas também das empresas aéreas, para que passem a oferecer linhas até Barretos. Segundo o diretor, a maior parte dos pacientes vive em cidades distantes mais de 1.000 km da sede do HC.

Entretanto, apesar de vários pacientes conseguirem passagens aéreas subsidiadas pelo governo, chegam até Ribeirão Preto ou São José do Rio Preto e têm de seguir o restante do trajeto de ônibus.

Isso, segundo Prata, é penoso para o paciente devido ao estado de fragilidade da saúde. Os voos até Barretos evitariam o desgaste.

ECONOMIA

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Barretos, Domingos Sávio Baston, a campanha do Hospital de Câncer vai beneficiar os pacientes e a comunidade acadêmica ao atrair voos domésticos para o Chafei Amsei.

Porém, a logística também vai beneficiar o município economicamente, ao permitir facilidade de transporte para empresários.

A forma de gestão do aeródromo ainda passa por análise, mas deve estar definida até agosto. De acordo com Baston, uma empresa de Brasília sugeriu a terceirização do terminal, enquanto outra de Campinas oferece gestão em parceria com a prefeitura.

Uma terceira empresa de Ribeirão Preto deve ir nesta terça-feira a Barretos com proposta de administração do terminal de cargas. “Nós vamos utilizar essas sugestões para abrir edital de concorrência”, afirma Baston.

Pelo Plano Nacional de Aviação, o município pretende conseguir a infraestrutura necessária para receber passageiros, como terminal adequado e equipado com aparelho de raio-X e um grupamento dos bombeiros.