Na esquina da Edson da Silveira Campos com a XV de Novembro, existe um sobrado que abriga parte de uma família pioneira da cidade e que, até 29 de maio, tinha como seu mais legítimo representante o patriarca Idaute Cavalhieri. Com a saúde frágil, faz anos, ele sucumbiu e deixou a esposa Alice, três filhos, netos e bisnetos. Por 18 anos, mantivemos uma sólida e agradabilíssima convivência, pois morava na casa ao lado, situada na Edson.
Local dos papos
Apesar dos 18 anos de vizinhança, poucas vezes visitei o casarão da esquina. Da mesma maneira, agia ele. As conversas e troca de opiniões se verificavam através do baixo muro que separava as residências. O mesmo muro que era transposto por minhas filhas e pelas netas dele, Bianca e Bárbara, filhas da Branca e do saudoso Toninho Carreto. De certa vez perguntei a Idaute se não queria elevar o muro e sua resposta foi: – você tem alguma coisa contra mim?
Bons tempos
Todo domingo, Idaute recebia a família de Toninho Carreto para o almoço tradicional. O grupo se reunia sob um frondoso chapéu-de-sol, à espera dos pratos elaborados por dona Alice. Do lado de baixo, sempre havia um churrasco de lombo de porco. Por mais de uma vez, o responsável por este espaço trocou carne por doses de uísque, passadas por cima do muro.
Conversa reatada
Toninho Carreto foi embora prematuramente, vendemos a casa em 1990 e o novo proprietário ergueu o velho muro de tantas e tão boas recordações. Desde 29 de maio, Idaute voltou a se reunir com Toninho e espero que, em seus papos, lembrem-se de nós que aqui ainda estamos, saudosos deles. E que rememorem, com muita alegria, dos bons momentos vividos, na esquina da XV com a Edson.
Visitando a freguesia
Hoje, na moderna arena do Grêmio, o selecionado brasileiro enfrenta o quadro da França. E o treinador Luiz Felipe Scolari precisa da inspiração de seus pupilos ei também de muita reza para não deixar o estádio sob vaias, de seus próprios conterrâneos. Tudo porque os gauleses levam imensa vantagem no retrospecto sobre os brasileiros, notadamente em compromissos válidos por campeonatos mundiais.
No século passado
A única vitória brasileira, em Copas do Mundo, se verificou em 1958, na Suécia. Nas semifinais, o Brasil venceu por 5 a 2, com um time que era regido por Zito, Didi e Nilton Santos, mas ainda contava com o genial Garrincha e um Pelé emergente. Gilmar, De Sordi, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Vavá e Zagallo completavam a orquestra. Em 1986, no México, os comandados de Telê Santana tremeram e foram despachados por Platini e “compagnes”, na cobrança de penais.
A grande tragédia
No mundial de 1998, na terra do algoz, o maior vexame. Na decisão do torneio, o Brasil tomou 3 a 0, graças ao desempenho de Zinedine Zidane que exibiu todo seu talento. O mesmo craque, neto de argelinos, encarregou-se de manter a escrita em 2006. Foi dele o passe para Henry que, dentro da área só teve o trabalho de concluir e, mais uma vez, mandar o futebol pentacampeão precocemente para casa.
Sai, mas volta
Guilherme Afif Domingos é o novo governador de São Paulo. Não se atemorize a culta leitora nem se desespere o não menos ilustrado leitor. O discípulo de Maluf substitui o tucano Geraldo Alckmin que foi curtir Paris por alguns dias. Quinta ou sexta, Afif retorna para Brasília e reassume a secretaria da Micro e Pequena Empresa.