Na última sexta-feira (28), a Câmara Municipal de Presidente Epitácio sediou a audiência pública que discutiu problemas relacionados à extração e exploração de argila no distrito do Campinal.
O encontro contou com a participação do diretor regional da Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), Paulo Alexandre Lopes; do coordenador de qualificação profissional, Claudio Souza; do assistente técnico, Fernando Ferreira; entre outras autoridades. Mais de 300 pessoas acompanharam a ocasião.
A reunião foi convocada para discutir questões a respeito das necessidades de novas fontes de extração de barro para confecção de telhas e tijolos. Impactos sociais, econômicos e ambientais que este tipo de atividade poderá gerar nos próximos 85 anos também foram abordados.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, a região, que conta com os municípios de Santa Mercedes, Ouro Verde, Panorama, Paulicéia, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau, Indiana e Regente Feijó, é a quarta maior reserva de argila do país.
Sert, Prefeitura de Presidente Epitácio e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) foram responsáveis pela audiência.
Em entrevista à assessoria de imprensa da Sert, Lopes ofereceu mais informações. Quantas empresas estão envolvidas e quantos trabalhadores correm risco de perder o emprego? Perto de 200 empresas estão envolvidas no processo. Isso, em mais de dez municípios, representa quase três mil empregos diretos e outros cinco mil indiretos. Trata-se de toda uma cadeia produtiva que passa pela exploração, transporte, produção, escoamento produtivo, reflorestamento, venda, entre outras ações.
Como a Sert está envolvida na manutenção desses postos de trabalho?
A Sert foi a articuladora de todo processo. Primeiro, com as Associações dos Ceramistas, que representam as empresas em Presidente Epitácio e Panorama. Depois, com reuniões com os prefeitos dos municípios envolvidos e com o vice-presidente da Cetesb-SP, Nelson Bugalho. Isso só foi possível porque a equipe técnica da Sert, formada, na ocasião, por Fernando Ferreira e Claudio de Souza, acompanharam o processo junto à regional e nos passaram informações importantes para a condução desta articulação.
É possível traçar um paralelo com o que aconteceu com a JBS recentemente (após oito meses, o frigorífico JBS Friboi, na cidade de Presidente Epitácio, foi reaberto)? Sim. No caso da JBS houve uma articulação parecida, pois diversos sindicatos, outros órgãos e políticos da região e de São Paulo se uniram por um bem comum, que era a manutenção dos postos de trabalho.
A partir dessa audiência, qual a expectativa de reversão para a manutenção desses empregos? Existe uma possibilidade de manutenção destes postos de trabalhos e até mesmo a expansão do setor. As próximas reuniões servirão para preparar o zoneamento minerário da região, projeto que permite um planejamento para anos. Isto nunca existiu. A Prefeitura de Presidente Epitácio, a Sert e a Cetesb devem articular, em breve, outra audiência para retomar o assunto.