A Copa das Confederações foi anunciada pela Globo como uma das mais importantes coberturas esportivas de sua história, mas teve o seu rumo fortemente alterado pelas manifestações que explodiram pelo país.

Além da promessa de novidades tecnológicas e do impressionante número de 500 profissionais envolvidos, a emissora apostou inicialmente numa cobertura exageradamente ufanista.
 
“Uma tarde histórica para o futebol brasileiro”, disse o repórter Tino Marcos no “Jornal Nacional” do dia 15 de junho, horas depois da abertura da Copa das Confederações, com vitória do Brasil sobre o Japão por 3 a 0. “Parabéns e obrigado”, disse o apresentador William Bonner, ancorando o telejornal de Brasília, ao começar uma entrevista com o técnico Luiz Felipe Scolari.
 
Três dias depois, na terça-feira, 18, Bonner interrompia abruptamente o trabalho na Copa das Confederações e voltava ao Rio de Janeiro, para comandar um “Jornal Nacional” quase inteiramente dedicado aos protestos que varreram o Brasil. 
 
No dia seguinte, na transmissão de Brasil e México, a emissora mostrou abertamente vários cartazes exibidos no Castelão, em Fortaleza, com mensagens críticas. Um dia depois, deixou de exibir Espanha e Taiti para mostrar flashes dos protestos em sua programação (a Fifa proíbe que a transmissão de uma partida seja interrompida).
 
Neste ambiente conturbado, no qual a própria Copa das Confederações se tornou objeto de protestos, o patriotismo exacerbado foi deixado de lado até pelo narrador Galvão Bueno. A seleção brasileira voltou a ocupar um espaço normal, ainda que quase sempre retratada por ângulos positivos.
 William Bonner entrevista Luis Felipe Scolari no
Anunciada com pompa como uma das principais novidades da Globo para 2013, a estreia de Ronaldo como comentarista não fez o barulho esperado. O ex-jogador levou a sério a tarefa, evitando gafes e afastando dúvidas sobre eventuais conflitos de interesses com suas outras atividades, mas não fez uma diferença no time de comentaristas. 
 
O Central da Copa das Confederações, ancorado por Tiago Leifert e Alex Escobar, repetiu a fórmula (e as gracinhas) de programas semelhantes exibidos na Copa de 2010 e em outras datas especiais pela Globo.
 
O grande legado da emissora nesta cobertura foi a repórter Fernanda Gentil. Marcada por uma gafe terrível (esticou a mão para cumprimentar um cego, ao vivo, em 2010) e por participações pouco expressivas no “Jornal da Globo”, Fernanda mostrou  ótimo desempenho nas entradas ao vivo com a seleção. À vontade, não teve vergonha de cantar com Chitaozinho e Xoxoró no programa de Fátima Bernardes e virou “musa” dos jogadores.