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Com a oficialização do pedido da CBF para mudar o estádio, a Conmebol promete analisar com celeridade a reivindicação que pede a mudança da final da Libertadores do Mineirão para o Independência. Mas a entidade dá indicações de que não deve trocar o estádio da decisão. Isso não interrompeu, no entanto, a articulação da confederação e do Atlético-MG.
A argumentação do clube mineiro é de que o Defensores Del Chaco, estádio do Olimpia e local do primeiro jogo, tem capacidade para 32 mil lugares, menos do que os 40 mil exigidos pelo regulamento para a final. Assim, o Independência, com 25 mil, também poderia ser sede da final da competição. Mas a Conmebol tem uma posição diferente.
“O Defensores tem capacidade para 40 mil lugares. É que não se enche todos por questões de segurança. Não é a capacidade real [40 mil]. Mas é diferente. Neste caso, todos os jogos internacionais do Paraguai são feitos no Defensores, inclusive os da seleção”, afirmou o porta-voz da Conmebol, Néstor Benítez, ao blog.
A diretoria mineira, no entanto, contesta essa informação. “Ela (Conmebol) está agindo com dois pesos e duas medidas. Se autorizam 32 mil lugares, tem que autorizar 25 mil. É inadmissível”, questionou o diretor de futebol do Galo, Eduardo Maluf.
Em contraposição, para reforçar sua posição, o porta-voz da Conmebol lembrou que o Santos, em 2011, também queria atuar em seu próprio estádio: a Vila Belmiro. Mas acabou aceitando o regulamento e jogou a final no Pacaembu. O estádio na capital paulista, por sinal, tem capacidade oficial de 40 mil, mas sempre recebe menos pessoas por questões de segurança. E foi sede das últimas duas decisões da Libertadores.
Quem decidirá a questão, segundo Benítez, é a comissão técnica da Conmebol que analisa os estádios. Mas o porta-voz da entidade disse que seria um desrespeito com o regulamento a mudança de sede. “Nunca se fez isso. Todos respeitam. O Mineirão é um estádio internacional. É um palco para a final da Libertadores, que é o principal torneio das Américas”, completou ele.
Para mudar essa posição, há uma articulação do presidente da CBF, José Maria Marin, e de seu vice Marco Polo Del Nero, em favor do pleito do Atlético-MG. Eles se reuniram na tarde de segunda-feira em São Paulo. Marin tem presença praticamente certa na primeira partida da final no Paraguai, enquanto Del Nero deve ficar na decisão da Recopa, em São Paulo.
Dirigentes do Galo acompanhavam a movimentação, mas tentavam mantê-la em segredo para que o lobby tivesse maior eficácia. Sua grande luta para atuar no Independência deve-se ao desempenho técnico do time no estádio, apesar de o Mineirão representar um maior ganho financeiro.
“O título representa mais do que qualquer valor no momento. Daqui para frente, se tiver a conquista, podemos pensar em outras coisas”, alegou Maluf. “Em 39 ou 40 jogos o Atlético-MG não perde no Independência.” Se a Conmebol mantiver a sua posição atual, o Galo afirmou que aceitará a decisão e jogará no Mineirão.