O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse que a empresa Viação Itaquera-Brasil, antiga Viação Novo Horizonte, já vinha sendo analisada pelo poder público e que a prefeitura não pode arcar com custos relativos à má gestão dela.

“É um contrato que foi herdado e ele não pode ser revisto sem que a parte jurídica e a financeira sejam analisadas”. A declaração foi dada em entrevista concedida ao telejornal “SPTV”, da rede Globo.

Motoristas e cobradores da empresa, responsável por 24 linhas de ônibus na zona leste de São Paulo, suspenderam as atividades por volta das 3h30 desta quinta-feira (18), deixando 200 mil pessoas sem transporte.

Estima-se que 330 coletivos tenham ficado na garagem da empresa em função da greve. As linhas que não circulam atendem principalmente a região de Cidade Tiradentes. O Terminal Tiradentes é o mais prejudicado.

Os trabalhadores reivindicam o pagamento de horas extras, que estaria atrasado. Também em entrevista ao “SPTV”, o presidente da Viação Itaquera-Brasil, Vilson Ferrari, admitiu que a empresa passa por problemas financeiros.

Ele declarou que o valor repassado à companhia é insuficiente para manter a empresa em funcionamento. “São R$ 36 mil para manter um carro na rua sem ganhar nada. Eu estou pagando para trabalhar”, disse.

Por telefone, uma funcionária da Viação Itaquera-Brasil disse que estava prevista para a tarde desta quinta-feira uma assembleia para definir os rumos da paralisação.

De acordo com a assessoria de imprensa da São Paulo Transportes (SPTRans), desde o meio-dia de hoje, representantes da prefeitura e da SPTrans se reúnem com empresários da companhia. A assessoria nega, porém, que esta reunião tenha relação direta com a paralisação, pois o encontro já estaria marcado.

A SPTrans acionou o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) na região. Em nota, o órgão informou que 80 ônibus das viações Sambaíba, Via Sul e VIP Transportes foram deslocados para atender seis das 24 linhas paralisadas. (Com Estadão Conteúdo)

No início do mês, paralisação fechou 16 terminais de ônibus

Em 10 de julho uma paralisação de motoristas e cobradores prejudicou 750 mil passageiros de linhas de ônibus que circulam em São Paulo. Dezesseis terminais foram fechados em função da greve, que ocorreu devido a uma briga interna dentro do sindicato dos trabalhadores de ônibus do transporte coletivo de São Paulo. Segundo cálculos da SPTrans, naquele dia 400 das 1.300 linhas municipais foram afetadas.

A briga no sindicato que resultou na paralisação ocorreu às vésperas da eleição para a diretoria do sindicato, que ocorreria em 11 de julho, mas foi adiada depois que umtiroteio na sede do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) deixou oito feridos – entre eles, três baleados em estado grave.