Uma das maiores usinas de cana-de-açúcar da região Oeste do estado de São Paulo permanecia em greve desde a noite de domingo (7) depois de deixar expirar às 72 horas da notificação enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação de Etanol de Presidente Prudente e Região (Sindetanol) à Usina Caeté. A categoria exige melhoria das propostas aos trabalhadores, que diz respeito ao reajuste salarial de 7.16% de INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de maio do ano passado a abril deste ano e mais 5% de aumento real, cesta básica, melhores condições de trabalho, participação nos lucros e fim da rotatividade pelo sistema ‘demite e contrata’.
Em meio a 125 cláusulas a serem negociadas, o ápice da greve se deve ao reajuste salarial de 7,5% oferecido pela Usina rejeitado em assembleia pelos 420 funcionários pertencentes aos setores industrial, administrativo e apoio agrícola.
Segundo o presidente do Sindetanol, Milton Ribeiro Sobral, desde março já aconteceram três rodadas de negociação com a Usina Caeté, a última aconteceu em 21 de junho quando foi apresentada a proposta de 7,5% para reajuste salarial. “Como eles [representantes da Usina Caeté] disseram à época que era a última proposta junto ao sindicato saímos para reunirmos em assembleia com os trabalhadores da Usina para avaliar a opinião da classe se aceitaria ou não a proposta. Sendo rejeitada a proposta da empresa por unanimidade”, disse.
Com a rejeição da proposta da usina, o sindicato encaminhou a notificação para a empresa para reformular uma nova proposta aos trabalhadores, o que não aconteceu até as 16 horas de sábado (6). A empresa não havia entrado em contato até a tarde de segunda-feira (8) com os sindicalistas. Até o período da tarde de ontem (10), o movimentou prosseguia.
A paralisação começou logo na troca de turno de domingo (7) à noite, durante assembleia com os trabalhadores, o pessoal da noite não entrou para trabalhar e quem estava trabalhando das 15h às 23h deixou a empresa.
No setor industrial tudo estava paralisado na segunda-feira (8), o que se via funcionando era a parte de supervisão e gerência, dando manutenção na caldeira usada para geração de energia.
Os cerca de 60 caminhões de transbordo carregados com cana-de-açúcar, matéria-prima da usina, permaneciam estacionados no pátio em frente à usina.
A paralisação é por tempo indeterminado. “Enquanto os trabalhadores não aceitarem uma nova proposta da empresa, a paralisação continuará”, frisou o líder sindical.
OUTRO LADO – A reportagem do Jornal Regional tentou contato por telefone com o advogado da Usina Caeté, no final da manhã de ontem (10), mas não conseguiu falar com ele, aguardando o retorno do advogado que até o fechamento desta matéria não havia ocorrido.