O ministro Aldo Rebelo (Esporte) usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir a Cuba no Carnaval com a mulher, o filho e assessores.

Ele esteve em Havana em missão oficial e justificou a carona à mulher e ao filho dizendo que ambos também foram convidados pelo governo cubano.

Nenhum dos dois representou o governo brasileiro na missão. Quando o ministério publicou nota sobre a viagem de Aldo, em fevereiro, o nome deles não constava na lista oficial da comitiva.

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A mulher do ministro, Rita, é coordenadora na Secretaria da Mulher do governo do Distrito Federal, controlada pelo PC do B, mesmo partido de Aldo. Já o filho, de 21 anos, é estudante universitário e estagiário.

A Folha revelou que três políticos usaram aviões da FAB para dar caronas a amigos e parentes a eventos fora da agenda oficial. Depois dos casos revelados, todos anunciaram a devolução dos valores das passagens.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi o primeiro flagrado dando carona a parentes para ir ver o jogo do Brasil. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), levou a mulher a uma festa de casamento da filha de outro senador em Porto Seguro.

O ministro Garibaldi Alves (Previdência) foi outro que deu carona a um empresário também para ver o jogo do Brasil. No total, os três devolveram R$ 44.245,29.

O decreto 4.244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB por autoridades, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver “motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente”. O texto do decreto não diz quem pode ou não viajar acompanhando as autoridades.

PARCERIA

No caso de Aldo, a missão oficial a Cuba serviu para o ministro assinar fechar intercâmbio de atletas entre os dois países para os jogos de 2016. O ministro recebeu diárias de R$ 1.776,25.

O grupo saiu de Brasília no sábado de Carnaval, dia 9, fez escala em Boa Vista (RR) e só voltou na Quarta-Feira de Cinzas, dia 13 de fevereiro.

A FAB destacou um jatinho Legacy, da Embraer, com capacidade de 14 passageiros, para levar a comitiva.

Em missão oficial, os ministros têm direito a usar os jatos da FAB ou podem viajar com aviões de carreira. Foi o que ocorreu com Aldo depois de ir a Cuba em aviões da FAB. No mês seguinte ele foi à Suíça e o governo bancou passagens executivas ao custo de R$ 25 mil.

Folha cotou preços para duas pessoas, em viagem de ida e volta entre Brasília e Havana na aviação civil. Na primeira semana de agosto, duas viagens de ida e volta custariam mais de R$ 5.500. Para novembro, o valor cai para R$ 3.600.

OUTRO LADO

Em nota, o Ministério do Esporte disse que a viagem da mulher e do filho do ministro Aldo Rebelo a Cuba, em missão oficial, não gerou custos ao governo. Segundo a pasta, os dois foram convidados pelo governo de Cuba e cumpriram a programação “definida pelo protocolo cubano”.

“A esposa e o filho do ministro o acompanharam na viagem a Cuba como convidados do governo daquele país. O ministro cumpriu agenda oficial em reuniões com autoridades. Sua esposa e seu filho cumpriram programação definida pelo protocolo cubano. A presença dos dois não representou acréscimo ao custo da viagem”.

O ministério, contudo, admitiu que a mulher e o filho foram em voo da Força Área Brasileira. “A esposa e o filho do ministro, também convidados do governo cubano, o acompanharam na viagem “” em avião da Força Aérea Brasileira”, diz a nota.

Segundo a pasta, não houve gastos com hotel, uma vez que a mulher e o filho do ministro “foram hospedados pelo governo de Cuba”.

Ainda segundo,a nota, “o ministro participou de reuniões com dirigentes, visitou centros de treinamentos e assinou acordos para a criação de grupos de trabalho que vão executar intercâmbio entre o Brasil e Cuba”.

 Editoria de Arte/Folhapress