O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou nesta sexta-feira (26) a nova rota de peregrinação para os participantes da Jornada Mundial da Juventude. O novo caminho será de 9,5 km, e irá da Central do Brasil, no centro da cidade, até a praia de Copacabana (zona sul). A rota inicial, até Guaratiba, tinha 13 km.

Os peregrinos vão partir às 7h da manhã de sábado. A nova rota foi estabelecida depois do cancelamento das atividades previstas em Guaratiba, por conta dos chuvas que castigaram a cidade e deixaram o chamado “campo santo” sem condições de uso.

Paes pediu compreensão da população, “especialmente do morador de Copacabana”, disse.

“Com todo respeito, vão ser cinco Réveillon em uma semana”, disse, referindo-se aos transtornos causados a quem mora no bairro. Depois dos eventos de terça, quinta e desta sexta-feira, Copacabana será totalmente fechada tanto no sábado quanto no domingo.

“O morador terá cinco dias de uma semana cerceados em seu direito de ir e vir de automóvel”, reconheceu o prefeito.

O novo trajeto de peregrinação parte da Central do Brasil, segue pela avenida Presidente Vargas, prossegue  pela avenida Rio Branco, entra no Aterro do Flamengo, percorrendo praia do Flamengo, praia de Botafogo, até o Túnel Novo, seguindo, já em Copacabana, pela avenida Princesa Isabel até a praia.

A cerimônia, no sábado, começa às 19h, na avenida Atlântica. O evento com o papa Francisco  está previsto para terminar às 21h. A vigília prossegue pela noite toda. E o evento recomeça na manhã de domingo. A prefeitura estima que o bairro volte à sua rotina por volta das 19h de domingo.

A chegada à Central do Brasil pode se dar por meio de ônibus, trem e metrô. A prefeitura promete reforço das linhas de ônibus. Aos que vem da zona oeste, onde estão hospedados muitos peregrinos, o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, recomenda que recorram ao trem.  Os sistemas de ônibus, trem e metrô funcionarão 24 horas seguidas.

Não haverá pré-venda de ingressos para o metrô. “Não haverá tempo”, disse o secretário de Transportes. Haverá controle de fluxo nas estações, ou seja, algumas serão fechadas em momento de pico. Quatro estações –Presidente Vargas, Cinelândia, Catete e Cantagalo–  estarão fechados. Todos os cartões serão aceitos. “Poderá haver retenções no embarque”, prevê Osório.

Filas inevitáveis

Eduardo Paes disse que as filas são inevitáveis. “Não há infra-estrutura no mundo em que 1 milhão, 1,5 milhão de pessoas saiam de um evento sem fila. Não estamos falando de 70 mil pessoas saindo do Maracanã na Copa das Confederações. É natural que tenha fila. Quem vem para um evento desses precisa entender que vai andar”, disse o prefeito. “Não vejo aquilo como confusão. É inviável imaginar que não haverá fila”.

Sobre o cancelamento da programação em Guaratiba, Paes repetiu que foi uma decisão dos organizadores, e não da prefeitura. “A decisão de levar o evento para uma área mais pobre da cidade foi um pleito da igreja católica. A igreja pediu que nós fizéssemos o evento não apenas em Copacabana, mas também na zona norte ou na zona oeste.”, disse o prefeito.
“Não há lugar nesta cidade onde colocar 2 milhões de pessoas. Se fizéssemos em Copacabana ou no Aterro vocês iam dizer: ‘é burguês demais’. Não dá para cercar a praia de Copacabana ou o Aterro para fazer uma vigília.”
 
“Não houve um tostão de recurso publico no campo santo”, repetiu Paes. “Todos os recursos foram do comitê organizador ou da igreja. Não saiu nada dos cofres públicos, nem municipal, estadual ou federal”.
 
O prefeito foi questionado sobre novos transtornos aos moradores de Copacabana. Uma repórter informou que há um casamento marcado para este sábado no Hotel Copacabana Palace, para 400 convidados.
 
“Nem a os pais da noiva nem os convidados conseguirão chegar ao evento”, disse a repórter. “Estou sabendo desta história agora. Temos um problema. Vou me informar melhor e ver como podemos ajudar”, respondeu Paes.