Na Record e na Band, as barras de informação dos programas policiais perguntam, por escrito na tela: “O menino matou a família?”. E longos posts no Facebook defendem uma ou outra resposta, com raciocínios a partir de informações vazadas.
Mais que maniqueísmo de novela ou conflito editado de “reality show”, o que se viu foi uma rede em expansão, atrás de uma resposta.
Como a origem das informações –a autoridade, no jargão da teoria de redes– é a polícia, que não dá consistência ao que fala, foi uma semana de vale-tudo. A resposta ficou por conta de torcidas, para ambos os lados.
Além do primeiro choque, com a tese de que menino era o assassino, dois detalhes vazados potencializaram o caso para a mídia social e a cobertura mundo afora.
O primeiro foi a vinculação ao game Assassin’s Creed. Marcelo Rezende, do “Cidade Alerta”, chegou a manipular o CD, ostensivamente.
Acumularam-se piadas on-line (“Culpa do game: menino viciado em Mario mata tartaruga com cabeçada”) e a Ubisoft, que produz o jogo, precisou reagir via Facebook.
O segundo foi a vinculação ao caso –e aos filmes de mesmo nome– Amityville, um crime dos anos 70. Foi como a notícia se espalhou por EUA e Europa. A CNN americana dedicou quatro minutos e especulou: “A história de Amityville inspirou o massacre?”.
Os tabloides londrinos exploraram mais. O “Daily Mail” entrou com Amityville, mas já se desviou para a teoria de que outros policiais cometeram o crime. “Sun” e “Mirror” foram atrás.
Também “Guardian” e “Independent”, por sua vez republicados por “South China Morning Post” e “Times of India”, globalizando o caso.