Por causa delas, é possível que a privatização do Maracanã seja totalmente anulada.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou ontem (2) mais uma mudança no projeto de privatização do Maracanã. O Estádio de Atletismo Célio de Barros, que seria demolido para dar lugar a um estacionamento, será mantido na área do complexo esportivo. Essa é a segunda alteração no plano de concessão do estádio confirmada nesta semana. Por causa delas, segundo Cabral, é possível que a privatização do Maracanã seja totalmente anulada.

“Daremos 20 dias para o consórcio [responsável pela administração do estádio] estude as mudanças. Hoje, [a concessão do Maracanã] está em suspenso”, afirmou Cabral.
Na segunda-feira, o próprio governador já havia informado que o Parque Aquático Julio Delamare não seria mais demolido. Ontem, após reunião com Farj (Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro) e a Complexo Maracanã Entretenimento SA, o cancelamento da derrubada do Célio de Barros também foi confirmado.
Os dois equipamentos dariam espaço a lojas, museus e outras estruturas que seriam construídas pela Complexo Maracanã. A concessionária exploraria os novos espaços e ganharia dinheiro com eles. Com a mudança, não há garantia de que o Maracanã é rentável.
O governo deu 20 dias para a Complexo Maracanã se pronunciar sobre o assunto. Caso a empresa queira, o Maracanã pode ser devolvido ao Estado.
“Com a informação que o governo está nos dando agora, nós evidentemente temos que voltar ao nosso plano de negócio. Vamos verificar para ver se é possível, somente com as receitas do estádio, mostrar resultados que prevíamos”, afirmou João Borba, após a reunião com Cabral. “Os acionistas é que vão decidir. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer.”
Antes de as demolições do Julio Delamare e do Célio de Barros serem canceladas, Borba já havia dito que não esperava administrar o Maracanã sem os estacionamentos e lojas projetados. A construção desses espaços, inclusive, estava na lista de obras obrigatórias do edital de concessão do Maracanã.
O governador Cabral afirmou que, por causa do edital, até questões jurídicas podem comprometer a concessão do estádio. Como a concorrência do Maracanã foi feita de uma forma, é preciso avaliar se ela ainda é válida após as mudanças. “Não é só a questão econômica-financeira. Temos que ver a questão jurídica também.”