O centenário hospital paulistano Emílio Ribas, inaugurado em 1880 e atualmente uma das mais importantes referências no enfrentamento de doenças infecciosas da América Latina, vai passar pela maior reforma de sua história e ampliar sua capacidade de atendimento.
As obras devem começar até o final deste ano e vão durar três anos.
O custo da reforma foi orçado em R$ 100 milhões, que vão sair dos cofres do governo estadual. O anuncio será feito hoje pelo governador Geraldo Alckmin.
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, nome que o hospital adotou a partir de 1991, atende cerca de 10 mil pessoas por mês, exclusivamente pelo SUS, e é também centro de pesquisa e de formação de novos médicos.
“O objetivo do investimento é fazer, cada vez, o hospital ser um marco na medicina de alta complexidade em moléstias infeciosas”, diz o diretor David Uip, que é médico infectologista.
A reforma da instalação começará nos andares mais altos indo até o térreo. Haverá ampliação da área de atendimento, de convívio e do estacionamento. Os equipamentos serão modernizados.
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O número de leitos para internação vai ser ampliado em 45%: de 199 para 300.
Como parte do hospital é tombada pelo patrimônio histórico municipal (o portão de entrada, a Casa Rosada, onde fica a administração, e a área da biblioteca), vai ser necessário um minucioso trabalho de restauração.
A UTI do hospital terá suas vagas duplicadas de 17 para 35 e será feita uma unidade de terapia semi-intensiva.
Todo o centro cirúrgico será remodelado e passará a ter estrutura para transplantes de rim e fígado em pacientes com doenças infeciosas crônicas. O local também vai ampliar a capacidade de ações ortopédicas como a colocação de órteses e próteses.
Durante as obras, uma das alas do hospital centralizará ações de urgência, ambulatoriais e de internação.
“Estamos planejando esse trabalho há vários meses e envolvemos dezenas de pessoas. É claro que teremos dificuldades naturais de uma reforma, mas a ideia é não termos descontinuidade nos atendimentos.”
O Emílio Ribas, que fica no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, teve papel fundamental durante epidemias e surtos que atingiram o país no passado como a febre amarela, a varíola, a meningite e a febre tifoide.
Na década de 1980, o instituto passou a protagonizar o acolhimento de pessoas com Aids no Brasil, chegando a receber 90% dos pacientes com a doença no Estado.
“O hospital nasceu como um local de isolamento, mas, atualmente, evoluímos para ser um local de enfrentamento de estigmas e de preconceitos”, afirma o diretor.
RESSONÂNCIA
A partir de hoje, o Emílio Ribas passa a contar com um centro de ressonância magnética, que irá facilitar diagnósticos de doenças como meningites e encefalites e nas indicações cirúrgicas.
O equipamento, de R$ 2,3 milhões, foi doado pela empresária Lilia Klabin e tem capacidade para realizar 400 exames por mês.