“Meus irmãos e minhas irmãs, desejo que o Senhor sempre te dê a paz. Posso dizer que não existem palavras e nem imagens fotográficas que possam narrar este momento tão belo que estamos vivendo esses dias aqui no Rio de Janeiro. Momentos fortes de espiritualidade, fraternidade e podemos perceber no olhar da nossa juventude um sonho de um mundo novo”. Esta foi uma das muitas mensagens que o frei Maurício dos Anjos postou em sua página no facebook durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. 
De volta à Dracena, depois de trabalhar na organização do evento, o frei conversou com a reportagem por telefone. Alojado no Espaço Franciscano (ao lado do convento Santo Antônio no pátio da Carioca), frei Maurício atuou na acolhida dos peregrinos, oficinas, concelebrou as missas com os demais sacerdotes e o papa Francisco (apenas os cardeais e o secretário particular do pontífice ficavam próximos), participou do encontro entre os ministros da ordem franciscana vindos de Roma e toda a família franciscana, ajudou nas confissões entre outras atividades.
“A JMJ foi um momento muito forte para a igreja católica. Apesar das muitas línguas presentes no evento, prevaleceu a língua da fraternidade, do amor, da compreensão, da paz e do respeito”, considerou. Maurício comentou que além dele, um grupo de 11 pessoas representou a paróquia Nossa Senhora Aparecida.
A reportagem também conversou com peregrinos da cidade e região, que estiveram presentes na JMJ. De volta para a casa, todos tinham em comum a saudade e o encantamento pelas atitudes e pela postura do papa Francisco.
Para a coordenadora do grupo de Jovens Pastores de Fátima do Santuário Nossa Senhora de Fátima, Laura de Souza Silva, que estava entre os peregrinos da paróquia, a solidariedade foi o ponto forte do evento. “Durante a vigília na praia de Copacabana, uns tomavam conta dos outros. Pessoas que nem se conheciam repartiam comida, emprestavam cadeiras, parecíamos uma grande família. Não esperava que fosse tão bonito, vimos o papa passando, era uma energia, uma emoção muito grande. É algo inexplicável que levamos guardar para o resto de nossas vidas”, afirmou.
O peregrino Maykel André Vicioli dos Santos, da paróquia São Francisco de Assis destacou as várias atividades que aconteciam simultaneamente em várias localidades, como catequese, missas, palestras. “Foi uma experiência única que não tenho nem palavras para expressar, foi um momento único, senti a presença de Jesus através do Santo Papa Francisco. A JMJ a maior experiência que eu tive com Deus em toda minha vida. Agradeço a todos pelas orações, ajuda financeira, aos amigos e ao meu Padre José Ribeiro.
REGIÃO – Com a intenção de ver o papa Francisco de pertinho, a estudante de ensino técnico de Santa Mercedes, Lígia Greco, acordava às 4 horas todos os dias e seguia com o grupo de Marília para os locais pelos quais o papamóvel seguiria. Nem a caminhada de 40 minutos e o deslocamento de uma hora e meia entre o trem o metrô já que estavam alojados em Nova Iguaçu, na paróquia Santo Antônio, desanimavam os jovens. “Chegávamos por volta das 6h, 6h30 e já ficávamos encostados na grade, vimos o papa de perto. Dormimos na praia de Copacabana no dia da vigília e no domingo de manhã, antes da missa de envio, conseguimos lançar uma camiseta da Diocese de Marília (com os dizeres papa Francisco nº 1) no papamóvel e o papa acenou pra gente. Foi uma emoção muito forte. A gente vê que a igreja tem muitos jovens e o jovem tem que ser revolucionário. A juventude é o futuro da igreja. Temos que passar adiante o que aprendemos com a simplicidade e humildade do papa Francisco”, analisou.
A próxima Jornada Mundial da Juventude será em 2016, na Cracóvia na Polônia, cidade natal do papa João Paulo II.