Pelo menos cinco pessoas morreram nesta sexta-feira (16), dia de protestos em todo o Egito. Segundo a agência estatal de notícias, um policial foi morto a tiros em uma área do Cairo, capital do país. Além dele, a agência “Reuters” cita quatro manifestantes mortos na região do Canal de Suez. 

A sexta-feira (16) marca a convocação para o “dia de fúria” no Egito, dois dias após a pelo menos 638 pessoas serem mortas durante confrontos com as forças de segurança egípcias. Há pelo menos 20 manifestações convocadas para hoje por meio das redes sociais.

Os partidários do presidente islamita destituído Mohamed Mursi iniciaram os protestos nesta sexta-feira (16), principalmente no Cairo, onde os tanques do exército fecharam os principais acessos à cidade e onde a polícia e os soldados estão autorizados a atirar com balas de verdade. No microblog Twitter, internautas no Cairo relatam barulhos de tiros de armas automáticas na ponte Ramsés, região central do Cairo, um dos pontos de concentração dos manifestantes. 

Em seu perfil no Twitter, o editor da “BBC” para o Oriente Médio, Jeremy Bowen, relatou que buscou refúgio devido a “balas voando em prédios acima da equipe da BBC e dos manifestantes”.

A ponte 15 de maio foi fechada pelos egípcios. Entre os manifestantes, porém, há grupos que não apóiam Mursi, mas foram protestar contra a violência da repressão da junta militar que governa o país. No início do protesto desta sexta-feira (16), manifestantes com pedras foram convencidos a não usar de violência contra as forças de segurança e a protestar pacificamente.

A matança do Exército foi alvo de críticas da comunidade internacional e levou a uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que pediu o fim da violência no país.

Na cidade de Tanta, norte do país, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para evitar que os partidários de Mursi se aproximassem de um prédio do governo.