Com a recepção do deputado Ed Thomas (PSB), pais, familiares e representantes das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) de todo Estado se manifestaram quarta-feira, 7, na Assembleia Legislativa.
No ato, os participantes pediram apoio para que seja rejeitada a proposta elaborada pela Conferência Nacional de Educação (Conae) que obriga o atendimento educacional a pessoas especiais de 4 a 17 anos apenas na rede pública. Na prática, a proposta elimina as Apaes e as funções educativas especializadas que elas abarcam.
“Não à inclusão radical”, disseram os manifestantes em coro durante o acontecimento do ato. Pais, mães, avós e alunos mostraram seu descontentamento com a possibilidade de fechamento dessas escolas. “Dilma e legisladores, não tirem nossas escolas especiais”, disse uma avó, que, emocionada, lembrou do tratamento especial com que seu neto é tratado na instituição. Roberto, que foi durante muitos anos aluno da Apae, pediu mais auxílios e a continuação do apoio ao projeto.
Carlos Cezar (PSB) apoiou a continuidade do trabalho das instituições filantrópicas e afirmou estar junto na luta pela manutenção das escolas especiais. Também estiveram presentes Orlando Bolçone (PSB) e Luiz Carlos Gondim (PPS), que demonstrou admiração às mães, que trabalham e deixam seus filhos aos cuidados da Apae. “Vocês são guerreiras”, disse o deputado.
João Paulo Rillo (PT) se uniu ao movimento e lembrou do papel da Assembleia no debate do assunto junto ao Senado, já que a votação é de âmbito federal e não estadual.
Vinícius José Pedraci, diretor da Apae de Ipaussu, contou sobre o contato que sempre teve com pessoas especiais e com a instituição, que hoje, de acordo com Ed Thomas, é administrada pelo jovem com dedicação e competência. Vinícius também lembrou dos problemas administrativos que resolveu quando tomou posse da diretoria da associação de sua cidade e do apoio que teve do deputado Ed Thomas.
Heloísa, representante do deputado federal Dr. Ubiali (PSB-SP), pediu mobilização dos parlamentares em prol da causa que levou diversas cidades à manifestação na Assembleia. Representantes e voluntários disseram e levantaram cartazes afirmando ter o direito de poder escolher onde suas crianças irão estudar.
Em entrevista ao Diário da Assembleia, Ed Thomas, que também é presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Apaes de São Paulo, contou que essas associações são exemplares e funcionam como ponto de referência em muitas cidades. Falou que a instituição que trabalha com crianças especiais funciona, principalmente, com o voluntariado. Reforçou o desejo de que, antes que qualquer medida inclusiva seja imposta, o governo qualifique os professores e diminua a quantidade de alunos por sala de aula, para que então haja um trabalho efetivo de educação entre os alunos especiais e comuns em uma mesma sala durante todo o ano letivo.