O Ministério Público do Trabalho no Amazonas ajuizou ação civil pública contra a Samsung por supostas irregularidades encontradas em sua unidade na Zona Franca de Manaus. Segundo os procuradores, os funcionários trabalham por até dez horas em pé, fazendo movimentos repetitivos. Eles pedem indenização de R$ 250 milhões e adequações no ambiente de trabalho da fábrica.
A ação tem depoimentos de funcionários que relatam problemas de saúde supostamente causados pelo ritmo dos serviços. De acordo com a ação, a Samsung já recebeu 162 orientações quanto às normas de segurança e saúde no trabalho desde 1996. Apenas no ano passado, informa o documento, ocorreram 2.018 afastamentos por distúrbios osteomusculares e outras doenças.
O inquérito, instaurado em 2012, tem fotos e vídeos e detalhes da produção, como o tempo exigido para se montar um aparelho de TV (65 segundos, o que necessita de 87 a 96 movimentos por minuto –acima do recomendado por questões de saúde).
“Quando a exceção passar a ser a regra, há um desgaste. Nossa expectativa é que a ação seja apreciada até o fim da semana que vem. Caso seja apreciada favoravelmente, a Samsung terá de de adequar imediatamente”, disse”, disse o procurador do Trabalho Ilan Fonseca de Souza.
Entre outras medidas, o órgão exige que a empresa conceda pausa de dez minutos a cada hora exercida e que readapte os postos para que os funcionários possam trabalhar sentados.
O lucro da empresa sul-coreana em todo o mundo aumentou 50% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2012, alcançando US$ 7 bilhões.
OUTRO LADO
Em nota, a Samsung informou que não foi notificada sobre o caso, mas que pretende cooperar com as autoridades brasileiras para oferecer “um ambiente de trabalho que assegura os mais altos padrões da indústria em relação à segurança, saúde e bem-estar.”