Julio Cesar Guimarães/UOL
Vista aérea do Estádio Olímpico João Havelange, interditado desde março
A reforma do Engenhão nem bem começou e já está atrasada. Os trabalhos para o reparo da cobertura do estádio, interditado desde março, deveriam ter sido iniciados em meados deste mês. O mês está quase no fim e, até agora, nenhum operário mexeu no teto da arena, a qual será palco das competições de atletismo da Olimpíada de 2016.
O cronograma (veja quadro abaixo) para o conserto da estrutura que sustenta o telhado do estádio foi divulgado no início de julho pela Prefeitura do Rio de Janeiro e o Consórcio Engenhão, formado pelas construtoras Odebrecht e OAS. O grupo de empresas terminou a obra da arena em 2007 e se comprometeu a resolver os problemas no estádio constatados neste ano.
De acordo com o plano para a reforma, a cobertura e os arcos que a sustentam receberão reforços para que o estádio possa voltar a receber jogos de futebol. Antes que isso seja feito, no entanto, o teto precisa ser escorado para que operários possam mexer nele.
É justamente esse escoramento que deveria estar sendo providenciado desde meados deste mês. Para o trabalho, porém, é necessária a montagem de guindastes ao redor do Engenhão. A montagem desses equipamentos ainda está em sua fase preliminar.
Nenhuma peça das máquinas foi posicionada no entorno da arena por enquanto. Até hoje, a única coisa que foi feita é a fundação necessária para a instalação dos equipamentos.
Segundo o UOL Esporte apurou, o atraso para início da reforma se deveu a ajustes no projeto da reforma. No começo de julho, quando o cronograma foi divulgado, a expectativa era que o Engenhão permanecesse interditado até o final de novembro de 2014 por causa dos reparos.
Ainda em julho, porém, o município divulgou informações diferentes. Confirmou a reforma até novembro. Entretanto, avisou que o Engenhão estará seguro para receber partidas de futebol ainda no primeiro semestre do ano que vem, antes do início do Campeonato Brasileiro, em maio.
Procurada pelo UOL Esporte, a Riourbe (Empresa Municipal de Urbanização) confirmou que o projeto de reforma do Engenhão segue sendo detalhado por equipes que trabalham no estádio. Esse trabalho deve acabar em novembro deste ano.
A companhia ainda negou atrasos na obra. Ela não se pronunciou sobre o início do escoramento da cobertura. “No momento, os operários trabalham a mobilização do canteiro de obras e na preparação do terreno para receber as gruas (guindastes), que ainda têm até outubro para serem concluídas”, informou.
Indenização ao Botafogo
Enquanto o Engenhão não fica pronto, a prefeitura do Rio paga ao Botafogo uma indenização pelos prejuízos causados pela interdição. O clube tem um contrato com o município para administrar o estádio por 20 anos, renovável por outros 20.
Como o estádio está fechado, é a prefeitura quem arca com as despesas fixas de manutenção da arena: gastos com o gramado, sistema de ar condicionado, etc. Segundo o vice-presidente de futebol do Botafogo, Chico Fonseca, o município também cobre parte das perdas que o clube teve com patrocínios ou outros contratos.
Neste mês, por exemplo, o município se comprometeu a repassar R$ 4,2 milhões ao Botafogo. De acordo com a prefeitura, o valor é um ressarcimento dos gastos que o clube teve e terá com o Engenhão de março a dezembro deste ano.
Desse montante, cerca de R$ 950 mil já foram repassados ao Botafogo. O restante será dividido em parcelas mensais pagas ao clube.
Como o Engenhão permanecerá fechado até meados no ano que vem, isso quer dizer que novos pagamentos devem ser feitos pela prefeitura. Nem o Botafogo nem o município divulgam quanto, no total, será repassado ao clube.