O tempo seco, típico do inverno brasileiro e sem previsão de chuvas para os próximos dias, associado aos efeitos da intensa massa polar que atingiu o país no final do mês passado, já estão prejudicando a pastagem na região.

Produtores rurais, a maioria de pequenas e médias propriedades está começando a alimentar o gado com suplementos na tentativa de evitar a perda de peso para o abate e prejudicar a produção do leite.
Em algumas propriedades, onde a pastagem fica em terrenos mais baixos, produtores informam que a ocorrência de geadas leves, durante a passagem da massa polar, adiantaram neste ano, a escassez dos pastos.
O diretor da Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral (CATI) , de Dracena, engenheiro agrônomo Luiz Alberto Peloso, confirma que houve geada leve durante os dias 20 a 24 do mês passado, quando a temperatura chegou a 4 graus na região.
“Realmente houve (geada) em locais mais baixos e apesar de não ter sido de grande escala, teve pequenas áreas de pastagens e cana-de-açúcar atingidas”, informa.
No entanto, as gramas dos pastos foram as mais atingidas. “A lavouras de café e plantio de seringueiras, por exemplo, não foram prejudicadas, a produção não será alterada”, explica Pelozo.
O diretor ressalta que os meses de julho a setembro são de seca e por enquanto não há previsão de chuva significativa para a lavoura, pelo menos até setembro.
“O produtor já tem consciência disso e deve estar programado para fazer a silagem, de certa forma, o frio adiantou necessidade de alimentar o gado com suplementos”, reforça Pelozo.
A silagem de inverno na região para o gado de corte e leite é preparada principalmente com milho e cana triturada. “A cana misturada com a uréia, atende as necessidade nutricionais do gado”, explica o diretor da Cati.
PREJUÍZOS – Quanto aos danos para os produtores de gado de leite e corte, Pelozo informa que por enquanto, ainda não estão havendo prejuízos devido à seca.
“A avaliação da gravidade da situação para a pecuária será possível ocorrer nos próximos dias e meses”, enfatiza Pelozo. Se demorar para chover, vai haver queda na produção da carne e do leite e o produtor, que terá que gastar mais na suplementação alimentar para a produção do leite e engorda do gado de corte.
REBANHO E PASTAGEM NA REGIÃO – Segundo levantamento da CATI, na região composta por 16 municípios, a área de pastagem é de 233.173 hectares, com 196.236 cabeças de bovinos de corte; 12.851 cabeças de gado leiteiro e 130.212 cabeças de gado misto (corte e leite).
PRODUÇÃO DE CARNE E LEITE – A produção de leite deste rebanho na região neste ano está prevista em 38.517 mil litros e de corte, 1.199.300 toneladas de carne.
Já de silagem, são 2.008 hectares de cana forrageira e 368 hectares de milho que estão sendo cultivados para a suplementação alimentar do rebanho no inverno.