Nos 22 anos de profissão como motorista de ônibus da linha 2290-Terminal São Mateus, linha que trafega pela zona leste de São Paulo diariamente, Roberval Santiago, 44, nunca tinha visto nada igual.

Por volta das 8h30 de hoje, ele parou o veículo em um ponto de ônibus da avenida Mateo Bei, em São Mateus, a poucos metros de um prédio que desabou.

“Tive de esperar a poeira baixar por uns cinco minutos porque não tinha como passar. Os dois lados da avenida ficaram parados”, disse.

Santiago afirmou ter escutado um barulho enorme, como se fossem “andaimes caindo” e presenciou uma correria.

Segundo ele, alguns passageiros que tinham acabado de subir no ônibus desceram para entender o ocorrido e por medo do barulho.

“Foi uma correria de quem estava na rua, na calçada, por quem presenciou a situação. Eu vi paredes caindo e um rapaz caído na calçada depois que a poeira baixou. Acho que ele estava vivo”, disse.

O desabamento

Um prédio de dois pavimentos desabou às 8h35 de hoje em São Mateus, na zona leste de São Paulo, e deixou ao menos seis mortos, 24 feridos e entre nove e dez vítimas soterradas, segundo o Corpo de Bombeiros.

O prédio que desabou por completo, do tipo comercial, estava em construção na avenida Mateo Bei, na altura do número 2600.

Ao menos 20 veículos dos bombeiros e 60 homens estão no local, além de dois cães farejadores e dois helicópteros da Polícia Militar. Unidades do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) permanecem no local fazendo o resgate das vítimas. Até as 12h10, o serviço tinha socorrido sete pessoas com ferimentos leves, escoriações e casos de média complexidade.

Equipes da Defesa Civil municipal também estão no local para vistoriar casas e estabelecimentos que tenham sofrido eventual impacto com o desabamento. Quatro casas vizinhas foram interditadas diante de risco de novas quedas.