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Rupert Stadler, chefão da Audi, e Angela Merkel, premiê alemã, batem papo no Salão de Frankfurt

Rupert Stadler, chefão da Audi, e Angela Merkel, premiê alemã, batem papo no Salão de Frankfurt

A montadora alemã Audi deve anunciar nesta terça-feira (17) que voltará a fabricar carros no Brasil. O presidente global da marca, Rupert Stadler, o vice-presidente mundial de compras, Bernd Martens, e o CEO da operação brasileira, Joerg Hofmann, estarão em Brasília para falar à imprensa e, segundo informações da DPA (Deutsche Presse-Agentur, agência alemã de notícias), encontrar-se com autoridades do governo federal.

O provável anúncio da Audi mostra o sucesso da estratégia oficial de pressionar as fabricantes a nacionalizar seus produtos, em troca de benefícios tributários que refletem num preço final menor. O primeiro passo foi a abrupta elevação da alíquota do IPI para carros importados, em setembro de 2011; depois surgiu o Inovar-Auto (novo regime automotivo), negociado com a Anfavea (que reúne marcas com produção local) e lançado em outubro de 2012.

Nesses dois anos, BMW, Chery, Fiat, Honda, JAC, Mercedes-Benz, Nissan e Toyota anunciaram novas fábricas no Brasil. A Audi deve ser a nona a fazê-lo, e aJaguar Land Rover, a décima.

O elenco de montadoras é eclético no que se refere ao tipo de produto: sozinha, a chinesa JAC, que faz carros “baratos”, promete investimento de R$ 1 bilhão em sua unidade em Camaçari (BA); já a alemã BMW, de carros premium, injetará 200 milhões de euros (cerca de R$ 600 milhões) em Araquari (SC).

Além disso, a General Motors abriu uma unidade de motores, e Renault, PSA Peugeot Citroën e Volkswagen ampliaram a capacidade produtiva. A Hyundai já tinha planos para a fábrica de Piracicaba antes das medidas do governo.

COMO FAZ?
Bernd Martens é o executivo da Audi responsável pelo gerenciamento de fábricas ao redor do mundo. Foi ele que afirmou a UOL Carros, em março, que a Volkswagen estava modernizando a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e a unidade de motores de São Carlos (SP), adiantando não só os planos sobre a fabricação de Golf e Up no Brasil, como também que a mesma estrutura serviria para a família A3.

A agência DPA citou relatório da revista americana Business Week apontando que dois modelos da linha A3 serão escolhidos para construção no Brasil, o que a Audi ainda não confirmou.

Com o uso da plataforma modular da Volks (MQB), a unidade local teria condições de entregar Golf, Audi A3 Sport (hatch de duas portas), Sportback (quatro portas) e Sedan (três-volumes que está perto de chegar às lojas europeias), além da nova geração do suvinho Q3, que passará a usar a mesma base. A1 e A4 são outras possibilidades, especialmente com o fim da produção do Polo, em 2014. 

Por isso, fica a dúvida sobre qual regime de produção será adotado pela Audi no Brasil: compartilhamento de linhas com a Volks paranaense, ou erguimento de unidade separada. A produção especulada para o país é de 30 mil carros/ano, a ser atingida em 2017. A marca dos quatro aros já fabricou o A3 localmente, pegando carona no Golf.