O famoso cometa Ison, popularmente (e talvez prematuramente) conhecido como cometa do século, já iniciou sua entrada nas regiões mais internas do Sistema Solar, onde a Terra está localizada. E novas imagens colhidas por astrônomos amadores trazem boas notícias: ele está aumentando seu brilho e ganhou uma cauda verde. Isso é um bom sinal, embora o visual ainda esteja aquém das previsões iniciais.

Descoberto no ano passado, o Ison foi saudado como um grande espetáculo por ter uma órbita extremamente oval, que o levaria muito perto do Sol — é justamente a proximidade com a estrela que faz com que o gelo de sua superfície sublime e produza a vistosa cauda característica dessa classe de objetos.

Como provavelmente se trata da primeira visita desse objeto às regiões internas do Sistema Solar, imaginou-se que ele teria muito gelo em sua composição, o que ajudaria a aumentar seu brilho. Chegou-se a especular que ele poderia ser visível até mesmo durante o dia, após passar por seu periélio — o ponto de máxima aproximação do Sol –, em novembro.

Contudo, o monitoramento contínuo mostrou que o Ison não estava evoluindo como o esperado, o que podia significar que a aparição acabaria sendo decepcionante. O Mensageiro Sideral já alertou mais de uma vez que é muito complicado querer prever o comportamento de cometas, o que é reforçado pelas mais recentes observações.

As novas imagens capturadas por astrônomos amadores mostram que o Ison está ganhando uma tonalidade esverdeada. É sinal de que ele começou a sublimar cianogênio e carbono molecular, duas substâncias que, ao reagir com os raios ultravioleta do Sol, produzem um brilho verde.

Em essência, isso quer dizer que o núcleo do Ison está ficando mais ativo, emitindo mais gases e aumentando de brilho.

TEMPORADA MARCIANA

O cometa está prestes a fazer sua máxima aproximação de Marte, e diversas espaçonaves estão de prontidão para tentar fotografá-lo. A essa altura, ele já deve ser visível a olho nu no céu do planeta vermelho, e imagens capturadas por sondas americanas e europeias que estão por lá devem pipocar em breve. Amanhã, o objeto passará a 10,5 milhões de quilômetros da superfície marciana, rumando para dentro do Sistema Solar.

Na Terra, por enquanto, o Ison só pode ser visto com o auxílio de telescópios. Mas a expectativa é que no fim de novembro ele seja visível a olho nu — mas provavelmente não durante o dia, como antes se especulava.

Resta saber se ele sobreviverá à passagem de raspão pelo Sol, que se dá no dia 28 de novembro. Em caso positivo, o Ison ainda deve dar espetáculo. Mas pode ser que ele acabe destruído pela radiação solar e a expectativa pode se transformar em decepção. Só o tempo dirá.

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