Ainda em fase de treinamento em Belo Horizonte (MG), médicas estrangeiras que atuarão em cidades de Minas Gerais já viraram fã de alguns itens da culinária brasileira, como churrasco, pão de queijo e caipirinha.

A médica colombiana Fanny Viviana, 36, foi apresentada ao churrasco à moda brasileira e à caipirinha na casa de amigos residentes em um bairro de Belo Horizonte no fim de semana passado. A profissional, que irá trabalhar em uma unidade básica de saúde da Vila Cemig, na região do Barreiro, na capital mineira, diz ter apreciado a comida e a bebida.

“Tudo bem – diz fazendo o sinal de positivo com as mãos. O churrasco também é muito saboroso”, afirmou a profissional ainda com algumas dificuldades para se expressar em português.

Já a médica Johanna Alejandra Del Moral, 24, oriunda da Venezuela, disse ter se apaixonado pelo pão de queijo. Ela afirmou, no entanto, que estranhou a feijoada. “Estou tentando me adaptar a esse prato porque lá (Venezuela) não comemos nada desse tipo”, disse.  

Em comum, as duas médicas estrangeiras afirmaram que têm sido bem recebidas pelos mineiros. Com mais desenvoltura para se comunicar em português, a venezuelana detalhou o contato que teve com os moradores da região.

“O povo está muito receptivo, acolhedor conosco. Estou muito contente. A gente quer fazer o melhor possível para ajudar”, salientou. A profissional vai atuar em Belo Horizonte, mas ainda não sabe em qual região.

“Eu quero ter muito contato com os pacientes e com a comunidade, para poder dar a eles o meu melhor”, afirmou. A venezuela disse que o principal empecilho que encontrou foi a adaptação ao idioma. “O maior problema que estou tendo é com a língua. Eu falo espanhol e inglês perfeitamente. Eu escrevo bem em português e estou tentando melhorar a pronúncia para poder fazer com que o paciente me entenda”, destaca.

Na última sexta-feira (6), os médicos estrangeiros fizeram uma  visita a unidades básicas de saúde na região do Barreiro, em Belo Horizonte, e também foram a três residências de moradores da localidade para acompanhar o trabalho de equipes de agentes comunitários de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, no grupo em treinamento na capital mineira existem nove profissionais estrangeiros e mais dez brasileiros com diploma de medicina em países do exterior. Os profissionais começam a atuar em cidades do Estados no próximo dia 16 deste mês.    

Recepção
 
O médico brasileiro Fausto José Solis Carvalho, 34, um dos integrantes do grupo, não quis polemizar sobre a recepção negativa dada por alguns colegas de profissão brasileiros aos profissionais estrangeiros.

Nascido em Belo Horizonte, Carvalho se formou na Bolívia e, além de ter trabalhado lá por três anos, clinicou também por seis anos na Argentina. Segundo ele, nos dois países, não presenciou nenhuma hostilidade contra médicos estrangeiros.

“Na Argentina e na Bolívia a receptividade sempre foi muito boa. Nunca tive nenhum tipo de preconceito por parte da população que atendi nesses dois locais nem por parte dos médicos de lá. Na Argentina, a revalidação do diploma é direta, eu não fiz nenhum tipo de prova”, explicou. Carvalho contou que entrou no programa pela vontade de voltar a morar no Brasil.