A ilha surgida na costa do Paquistão após um terremoto de magnitude 7,7 na escala Richter levar pânico ao país na terça-feira passada (24) seria, na verdade, um vulcão de lama. Essa é a opinião do geólogo Bob Yeats, da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, e de outros estudiosos ouvidos pelo siteLiveScience sobre a formação surgida 200 metros mar adentro de uma praia da cidade de Gwadar.
Segundo eles, a ilha, que tem de 16 metros de altura e largura de 200 metros, tende a ser um vulcão de lama pelo fato de ter se originado a centenas de quilômetros do epicentro do fenômeno, uma característica desse tipo de formação, e também pelo histórico do local. Desde 1945, o país já viu vulcões de lama surgirem após tremores em mais de duas ocasiões, sendo que a mais recente delas ocorreu em 2010.
Vulcões de lama surgem quando grande quantidades de sedimentos depositados no fundo do mar, como argila, são pressionados por gás quente armazenado debaixo do solo. Os geólogos dizem que o território paquistanês oferece as características ideais para que gases fiquem ‘aprisionados’ subterraneamente e também está localizado sobre a junção de duas placas tectônicas.
Vulcões de lama se formam durante terremotos porque o choque dessas placas produz outros tremores que libertam água e lama que estão ‘presas’ sob camadas de sedimento no fundo do mar.
Mais de 500 mortos
O terremoto de 7,7 graus na escala Richter que abalou o Paquistão matou mais de 500 pessoas e deixou outras centenas feridas, além de milhares de desabrigados.
Na madrugada deste sábado (28), mais um forte tremor foi sentido no país. De acordo com o USGS, o centro norte-americano de pesquisas geológicas, o epicentro do novo terremoto foi a apenas 30 quilômetros do primeiro.