Apenas uma mesa e três cadeiras –a do médico e a dos pacientes– é o que se encontra em um dos consultórios do Centro de Saúde de Caetanos (a 480 km de Salvador), uma das cidades baianas que receberão médicos de Cuba até o final do ano.
Os outros móveis não têm data para chegar, diz a secretária de Saúde, Eva Pereira.
Médicos cubanos atuarão num Brasil do século passado
No centro de saúde, são feitos cerca de cem atendimentos a cada terça-feira. Nos dias restantes, os médicos ficam nos postos, onde não há estrutura alguma além de mesa, cadeiras, um estetoscópio e a cama para exames.
Quem buscou atendimento na última quarta-feira era orientado a se dirigir a uma unidade a 2 km da cidade.
Mário Bittencourt/Folhapress | ||
Secretária de Saúde de Caetanos (BA) mostra consultório em unidade à espera de médico |
Caetanos tem acesso só por estradas de terra. Sofre problemas constantes por causa da seca e, no último IDH, ficou entre os 300 piores municípios do país.
No Tocantins, o município de Esperantina, na divisa com Maranhão e Pará, é obrigado a improvisar em sua única unidade de saúde em funcionamento.
O posto de saúde da cidade atende, sem autorização do Ministério da Saúde, emergências leves, como cortes. O local funciona 24 horas, todos os dias.
A cidade, de 10 mil habitantes, também está na lista das 701 que receberão profissionais de Cuba. “Até parto já tivemos que fazer sem equipamento apropriado. Não vamos deixar ninguém morrer”, diz o médico Valdenor Félix.
A unidade de saúde que deveria atender a zona rural, onde mora a maior parte da população, aguarda aprovação da Vigilância Sanitária do Estado para ser inaugurada.