O Brasileiro-2013 tem desmentido a tese de que o excesso de dinheiro vai causar um desequilíbrio em favor dos clubes mais ricos do país. Nenhuma das quatro equipes na zona da Libertadores figura entre as cinco com maiores rendas no ano passado.

Quando a TV Globo renovou os contratos com os clubes brasileiros para 2012 em diante, com acordos separados, houve o temor de que o Nacional caminhasse para repetir o modelo espanhol em que há grande diferença entre a dupla Real Madrid e Barcelona e os outros times.

Corinthians, Flamengo e São Paulo tinham saltos de receitas maiores do que os outros. E, na Espanha, o abismo financeiro se reflete no aspecto técnico. Mas, no segundo ano do novo contrato, isso não se confirma no Brasil até agora.

Atlético-PR, Botafogo, Cruzeiro e Grêmio não tiveram nem R$ 200 milhões de receita em 2012. Terceiro colocado, o clube parananese é o mais surpreendente com uma renda em torno de R$ 60 milhões, excluídos os títulos do governo usados para construção de seu estádio.  Bem equilibrado financeiramente, o Cruzeiro teve R$ 120,4 milhões, valor similar ao recebido pelo Botafogo. Um pouco à frente estava o Grêmio, com R$ 178 milhões.

Esses quatro clubes têm a média de aproveitamento de 62,3%. Um patamar bem superior ao do Corinthians com seu desempenho de 44,9% pontos conquistados no campeonato, na 11a posição.

A receita corintiana foi de R$ 358 milhões, valor que teve como segundo colocado no ranking o São Paulo, com R$ 282 milhões. Não é preciso lembrar que o time são-paulino é o 15o, ainda próximo da zona de rebaixamento.

Claro que pode se argumentar que é apenas uma edição do Brasileiro. Mas, em 2012, na mesma 23a rodada, os quatro primeiro times também não incluiam esses dois clubes da elite financeira nacional.

Apesar de ser o mais bem remunerado pela Globo, o Flamengo é uma exceção porque, com suas dívidas, tem restrições de investimento e ainda não atingiu seu potencial de receita como São Paulo e Corinthians.

Em resumo, em dois anos de novo contrato da Globo, o aspecto financeiro ainda não pesou tanto na tabela do Brasileiro. Resta observar os próximos anos para saber se esse quadro vai mudar a longo prazo e se aproximar mais do que ocorre na Europa.