Frasqueirão: Foto Frankie Marcone/Futura Press
No país que receberá a próxima Copa do Mundo, seus dois principais campeonatos, em cidades sede do Mundial do ano que vem, viveram cenas de alta periculosidade.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, no sábado, houve superlotação do estádio Frasqueirão, torcedores esmagados e árbitro escrevendo na súmula que houve perigo de morte.
Mas não lhe ocorreu não realizar o jogo entre ABC e Palmeiras, simplesmente o Palmeiras, um dos grandes clubes do futebol mundial.
Em Curitiba, no Paraná, neste domingo, a polícia deu tiros de bala de borracha e o alambrado do estádio da Vila Capanema cedeu.
Tanto em Natal quanto em Curitiba houve atraso para começar ou recomeçar os jogos, no caso curitibano o maior clássico do futebol paranaense, o Atletiba.
É possível que nesta segunda-feira a CBF se manifeste com indignação e prometa providências e punições.
Mas os torcedores que passaram por maus bocados nos dois estádios têm dois caminhos que a cidadania exige: acionar civilmente a CBF, organizadora dos dois campeonatos, os da Série A e B nacionais, e criminalmente o presidente da entidade.
Quem tem recorrido à Justiça se valendo das garantias do Estatuto do Torcedor, mais dia, menos dia, tem se dado bem.
E é preciso que a CBF se dê mal para que o torcedor brasileiro, um dia, só se dê bem, e possa ir a um estádio de futebol sem correr risco de vida.
As autoridades dirão que os incidentes aconteceram exatamente em palcos que estão sendo usados precariamente porque Natal está erguendo a Arena das Dunas e Curitiba reformando a Arena da Baixada para a Copa do Mundo.
Já o leigo pergunta: até a Copa não será possível organizar jogos com um mínimo de segurança nos limites de cada estádio disponível?
Ou será preciso que torcedores morram para que se faça o óbvio?
Que belo cartão de visitas para o mundo que pensa em nos visitar, hein?