Da Redação
No final da manhã de ontem (11), o padre Mauro Pollon, responsável pela Paróquia Santa Cecília, de Monte Castelo, esteve na sede do Jornal Regional para esclarecer o motivo que o levou a entrar pelo segundo ano consecutivo com uma ação judicial contra a organização da cavalgada em alusão a Nossa Senhora Aparecida.
“Quando assumi a paróquia, há dois anos, me dei conta que existia uma associação que se chamava Associação dos Devotos de Nossa Senhora Aparecida, cujos membros nem frequentam as missas, mas que todo dia 12 de outubro promoviam uma cavalgada com o intuito de fomentar uma devoção a Nossa Senhora com uma caminhada do trevo até o centro da cidade. A imagem da santa seguia num andor, com fies rezando e logo atrás vinha a comitiva com cavalos, carros e motos”, explica.
O padre pontua que a festa chegava a reunir quatro mil participantes e garante que não existe espaço físico para abrigar todo mundo. “A cidade fica um caos. Os animais urinam pela rua, há muito lixo, agressões físicas, atos obscenos, muito consumo de bebida alcoólica e, com o passar do tempo, os católicos foram rejeitando esta festa. Poucos participavam da missa do dia 12 de outubro”, complementa.
Em virtude disso, o padre ouviu algumas pessoas da comunidade, para saber a opinião sobre esta cavalgada e decidiu entrar com ação na Justiça impedindo o fim da passeata de cavalos. “Por isso entrei com a ação judicial, para garantir que a imagem de Nossa Senhora não seja vinculada a este tipo de ato. E com isso, assim como ocorreu no ano passado, ganhamos este direito com a liminar na Justiça nesta quinta-feira (10). Caso não seja respeitada a decisão, a associação – que agora se chama Associação dos Amigos da Cavalgada de Monte Castelo, corre o risco de pagar uma multa estipulada pela Justiça em R$ 100 mil”, salienta padre Mauro.
O padre enfatiza, ainda, que não é contra realizar a cavalgada na cidade em qualquer data do ano, mas que, excepcionalmente em datas religiosas, como a que ocorre hoje (12), feriado da padroeira do Brasil, não é a favor, pois o tipo de festa e ações geradas com a mesma, não é típico da igreja católica.