Os economistas Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago e o economista Robert Shiller, da universidade de Yale, ambas nos Estados Unidos ganharam o prêmio Nobel de Economia em 2013. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14).
As pesquisas sobre como prever o preço de uma ação ou um ativo no futuro tiveram início na década de 1960. Os economistas comprovaram que é mais fácil prever o valor de um ativo a longo prazo do que no curto prazo.
Embora seja impossível prever os preços das ações e das obrigações para os próximos dias e semanas, graças aos trabalhos de Fama, Hansen e Shiller “é possível prever a evolução geral destes preços em longos períodos, como os próximos três ou cinco anos”, destacou a Academia em seu comunicado.
Além disso, o Nobel premiou as pesquisas sobre economia comportamental, que mostram quais são os motivos por trás de uma decisão de investimento.
Os vencedores irão dividir um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,25 milhão)
Bolha imobiliária no Brasil
Um dos ganhadores do prêmio Nobel disse há um mês que o Brasil pode estar vivendo uma bolha imobiliária.
O professor de Yale, Robert Shiller, afirmou que o Brasil pode estar vivendo um bolha imobiliária semelhante a vivida pelos Estados Unidos, e que deu origem a crise econômica de 2008.
“Suspeito que haja uma bolha imobiliária no Brasil. Os imóveis mais que dobraram de preço no Rio de Janeiro e em São Paulo nos últimos cinco anos [segundo números da pesquisa FipeZAP]. O que aconteceu em cinco anos de tão dramático para os preços subirem assim?”, declarou.
Nobel
No ano passado, o prêmio foi entregue para os matemáticos norte-americanos Alvin E. Roth, 60, e Lloyd S. Shapley, 89, por pesquisas que mostram como unir diferentes agentes econômicos, como estudantes e escolas ou doadores de órgãos e pacientes.
O Prêmio Nobel de Economia, oficialmente chamado de Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968.
Ele não é parte original do conjunto de prêmios idealizado pela vontade do magnata da dinamite Nobel.
A entrega dos Nobel acontece, de acordo com a tradição, em duas cerimônias paralelas, em Oslo para o da Paz e em Estocolmo para os restantes, no dia 10 de dezembro, coincidindo com o aniversário da morte de Alfred Nobel.
(Com agências)
VEJA QUEM JÁ GANHOU O NOBEL DE ECONOMIA
Ano | Homenageado(a) | Trabalho |
2012 | Alvin E. Roth e Lloyd S. Shapley (EUA) | Pesquisas que mostram como unir diferentes agentes econômicos, como estudantes e escolas ou doadores de órgãos e pacientes |
2011 | Thomas J. Sargent e Christopher A. Sims (EUA) | Pesquisa empírica sobre as causas e os efeitos na macroeconomia |
2010 | Peter A. Diamond (EUA), Dale T. Mortensen (EUA) e Christopher A. Pissarides (Chipre) | Teoria que explica por que há tanta gente sem emprego ao mesmo tempo em que as empresas não param de abrir postos de trabalho |
2009 | Elinor Ostrom (EUA)/Oliver E. Williamson (EUA) | Estudos sobre administração de propiedade comum/Análise de resolução de conflito |
2008 | Paul Krugman (EUA) | Trabalhos sobre comércio internacional que levaram à projeção de uma “nova geografia econômica” e uma “nova teoria do comércio” |
2007 | Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson (EUA) | Identificação de mecanismos matemáticos aplicáveis no funcionamento e na regulação dos mercados |
2006 | Edmund S. Phelps (EUA) | Aprofundamento da teoria que explica a relação entre os efeitos de curto prazo e de longo prazo para a política macroeconômica |
2005 | Robert J. Aumann (Israel) e Thomas C. Schelling (EUA) | Análise da teoria dos jogos, aprofundando conceitos de cooperação e resolução de conflitos |
2004 | Finn E. Kydland (Noruega) e Edward C. Prescott (EUA) | Estudaram a consistência temporal da política econômica e as forças motoras dos ciclos de negócios |
2003 | Robert F. Engle III (EUA)/ Clive W.J. Granger (Reino Unido) | Método de análise para séries temporais econômicas; Engle por aplicar volatilidade variável, e Granger por aplicar cointegração |