Os navios estão chegando. Vindo principalmente da Europa em direção à costa brasileira, as embarcações cruzam o mar para a temporada brasileira de cruzeiros, que começa no mês que vem e segue até abril de 2014.
Eles vão aportar e zarpar dos portos brasileiros com destino a praias e cidades turísticas pelo Brasil e por parte da América Latina. Entre os principais roteiros estão Ilhabela, Búzios e Angra dos Reis, que, na preferência das rotas, vêm seguidos pelas praias do Nordeste, com Salvador, na Bahia, puxando a fila, principalmente nos cruzeiros de Carnaval.
Pela “vizinhança”, Buenos Aires (Argentina), Montevidéu e Punta del Este (Uruguai) devem ganhar terreno nesta temporada.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
OUTROS MARES
De acordo com a Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), esta temporada será 15% menor do que a anterior. Isso porque, neste ano, haverá três navios a menos -ao todo, 12 embarcações virão ao país.
Depois de um crescimento acelerado, que viu o número de passageiros subir de cerca de 139 mil (2004/2005) para 805 mil (2011/2012), o setor estima cerca de 650 mil passageiros nesta temporada.
“Muitas companhias têm ido buscar outras rotas [internacionais], o que está ligado ao alto custo da operação no Brasil”, explica Ricardo Amaral, presidente da Abremar.
Segundo ele, os custos das operações marítimas no Brasil estão entre os mais altos do mundo, o que faz as companhias optarem por escalas mais vantajosas. Há também a infraestrutura deficiente dos portos por aqui, o que muitas vezes prejudica a experiência do turista.
“Na alta temporada, você tem um gargalo, com portos limitando o número de navios para evitar o caos. Três cruzeiros embarcando e desembarcando ao mesmo tempo representam mais de 15 mil pessoas circulando por um porto”, diz Renê Hermann, diretor-geral para a América do Sul do Grupo Costa (Costa Cruzeiros e Ibero Cruzeiros).
Diante desse cenário, o destino mais favorecido, segundo as empresas, é Buenos Aires. Milton Higutsi, vice-presidente da Agaxtur, afirma que há mais rotas internacionais nesta temporada, com escalas também em Punta del Este e Montevidéu.
Antes de escolher o destino, confira qual cruzeiro se encaixa no seu perfil. Duração da viagem, programação a bordo e escalas influenciam no perfil do passeio. Prepare-se também para os custos: a moeda interna dos navios é o dólar.
*
Governo diz que investe para melhorar portos
O Ministério do Turismo reconhece que o país precisa melhorar a infraestrutura portuária, “adaptando-a aos cruzeiros marítimos, para que o turista tenha mais conforto e seja melhor recebido”.
Desde 2003, o ministério diz que repassou R$ 40,6 milhões para ações de turismo náutico, como construção e reforma de portos -ao todo, o governo está investindo cerca de R$ 75,5 bilhões nos portos.
Já assessoria da Codesp (Companhia de Docas do Estado de São Paulo), administradora do Porto de Santos, que concentra cerca de 60% dos cruzeiros, reconhece que “eventualmente a atracação ocorre a certa distância do terminal de passageiros, mas que quando isso acontece, as companhias oferecem traslado para o terminal”. Ressalta ainda que navios de passageiros têm sempre prioridade.
Uma obra deve permitir que mais navios de passageiros atraquem simultaneamente e mais próximo do terminal.