Pelo segundo mês consecutivo, as vendas de carros acumuladas no ano mostraram uma queda em relação a igual período de 2012.
O resultado registrado em setembro reforça a ameaça de que o setor possa ter o primeiro ano negativo desde 2003.
Dados preliminares de emplacamentos indicam um volume de 277,4 mil unidades até o dia 29, uma média diária próxima a 14 mil carros.
Para conseguir chegar aos 2,66 milhões de carros vendidos de janeiro a setembro de 2012, as vendas do último dia útil deveriam ficar próximas a 40 mil unidades, volume não alcançado
nem nos melhores meses da indústria.
O mais provável é um resultado próximo da média diária, que mostrará uma redução de cerca de 1% até setembro. O revés no crescimento do ano foi registrado pela primeira vez em agosto, quando o mercado recuou 1,9% no acumulado.
Como agosto de 2012 foi o melhor da história do setor, o mercado aguardava o dado de setembro para identificar uma tendência. Mesmo antes, a Anfavea (associação das montadoras) decidiu revisar a previsão do início do ano, de crescimento de 4%, para alta de 1% ou 2%.
CONTRA O PESSIMISMO
Segundo a Folha apurou, as montadoras já trabalham com estabilidade ou queda, apesar da estimativa oficial.
Um executivo de uma grande montadora, sob anonimato, disse que a entidade mantém a previsão positiva para não disseminar pessimismo.
A perspectiva de queda já foi transmitida ao governo em reunião entre Luiz Moan, presidente da Anfavea, e Guido Mantega, ministro da Fazenda. Procurada, a Anfavea informa que a previsão oficial é de avanço de 1% a 2%.
O setor teme que o governo mantenha a promessa de elevar o IPI no fim do ano, acabando com a política de estímulo retomada em 2013.