Prestes a completar 62 anos, o ex-bancário e aposentado da Cesp, Osmar da Silva, que começou a jogar aos oito anos de idade, ainda esbanja talento e mostra um toque refinado nas tarde de sábado, no Írio Spinardi, jogando no meio de campo pela equipe do Sabatista. 
E a saúde vai bem. “Osmarzinho”, como é conhecido, garante que pretende continuar jogando no Sabatista até “quando Deus quiser”. Além disso, ele também adora praticar exercícios e pedala bicicleta 45 km por dia.
Sempre sorrindo, conta que quando ainda era menino e muito acanhado começou a jogar como ponta direita em um campinho ao lado da Escola 9 de Julho (atual sede do Batalhão), pelas mãos do diretor Hermínio. Até os 18 anos, jogou como amador na várzea dracenense na equipe do Induscomio, que só fazia amistosos no campo da fazenda dos Concon, no bairro da subestação. Depois, passou a jogar no Írio e, aos 19, se profissionalizou. Nesta época, jogou ao lado de José Luis, Edson Lorenzetti, Nego Mortágua, Baixinho, Garça, Caruá, Vander Buchini, Roberto, Jurandir, Maurinho, Pestana entre outros grandes jogadores.
Em 1972, acertou com o Dracena Futebol Clube, que retornou à segunda divisão. Nesta época, lembra que a equipe poderia inscrever cinco jogadores amadores e o presidente do clube ficava na portaria, para depois dar uma quantia em dinheiro para cada jogador.
Osmarzinho conta que na carreira de jogador profissional chegou a receber convite para jogar a primeira divisão pela equipe Demaia, do pecuarista Tião Maia, de Araçatuba, mas decidiu não ir embora, pois era “acanhado”.
Segundo ele, um dos amistosos mais marcantes que participou foi em 1972, quando Dracena enfrentou e venceu o Milionários da Capital Paulista, que tinha Djalma Santos, Djalma Dias, Ademar Pantera, César Maluco, Ivair e outros grandes craques. Em 1975, parou de jogar para trabalhar no Bradesco, mas em 76 voltou ao Dracena, quando Luis Carlos Djalma ainda jogava.
Outra passagem no futebol recordada por Osmarzinho foi entre 1976 e 1981, quando jogou por Irapuru a Copa da Alta Paulista, que reunia times de Marília até Panorama. Nesta época, Irapuru foi campeã duas vezes e vice campeã também por dois anos.
Osmarzinho conta que sente saudades da época como jogador de futebol e que se pudesse voltar no tempo, seria bom. “Sempre fui fã da seleção da Copa do Mundo de 70, que tinha Rivelino, Gerson, Pelé, Clodoaldo e Jairzinho, que eram da elite do futebol. Joguei até os 38 anos na várzea e tenho saudades. Hoje, no futebol moderno, as coisas mudaram muito e o preparo físico ajuda. Além disso, tem pais que colocam os filhos na escolinha para ver se eles chegam em um grande clube para ganhar dinheiro”, conta.
Para ele, a Lei Pelé prejudicou o futebol brasileiro. Ele também acredita que atualmente, ao verem um garoto jogando na periferia, muitos empresários o levam para um grande clube pensando apenas em ganhar dinheiro no futuro. “Atualmente, não há mais times que você consegue falar os nomes dos jogadores como antigamente”, comentou.