A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida na Rússia, vai ser libertada nesta terça-feira (19) mediante o pagamento de fiança, por decisão da Justiça russa, afirmou em seu site o Greenpeace. De acordo com a agência Efe, a fiança foi fixada em  dois milhões de rublos — o equivalente a R$ 138 mil.

Ana Paula faz parte do grupo de 30 militantes do barco do Greenpeace detido no dia 19 de setembro, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.

Outros dois ativistas – o argentino Miguel Hernan Perez Orsi e o neozelandês David John Haussmann — também devem ser libertados após pagar fiança, segundo o Greenpeace.

Na segunda-feira (18), a Justiça russa libertou três tripulantes após o pagamento de fiança de dois milhões de rublos, mas prorrogou a detenção de outro por mais três meses.

Os três tripulantes liberados – o porta-voz do Greenpeace Andrei Allakhverdov, a médica Ekaterina Zaspa e o fotógrafo independente Denis Siniakov – são todos russos. O australiano Colin Russell teve a detenção prorrogada até fevereiro.

Vários tribunais de São Petersburgo iniciaram na segunda-feira a análise da detenção provisória dos 30 tripulantes, que expira em 24 de novembro.

Na sexta-feira, o Greenpeace anunciou que a Comissão de Investigação, principal órgão responsável pelas investigações criminais na Rússia, desejava manter os ativistas presos por mais três meses, para “concluir a investigação”.

“A libertação sob fiança (…) é, sem dúvida, uma boa notícia”, comemorou o Greenpeace em um comunicado.

“Mas não podemos esquecer que as acusações não foram retiradas e que eles ainda correm o risco de serem condenados à prisão”, ressaltou a ONG.

“Os procuradores decidiram por enquanto que não havia base para manter as pessoas na prisão, e isso é razoável. Mas eles serão mais razoáveis ainda se retirarem as acusações absurdas que pesam sobre os ativistas”, declarou um advogado do Greenpeace na Rússia, Anton Beneslavski, citado no comunicado.