Há alguns meses, os motoristas têm se deparado com caminhões, máquinas e homens trabalhando na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), nas reformas que estão sendo executadas entre Adamantina e Tupi Paulista e que deverão ser concluídas em agosto de 2014.
Até o término das obras, o motorista que costuma fazer esse trecho deverá se acostumar com a operação “Pare e Siga” em vários trechos da reforma, estabelecendo paradas para a liberação de um lado da pista, para que o condutor prossiga adiante.
As paradas obrigatórias costumam durar de 10 a 20 minutos. Nesse momento, surgem os comerciantes informais mais conhecidos como ambulantes, que aproveitam o conglomerado de veículos para impulsionar as vendas e reforçar a renda. Costumam apresentar diversos tipos de produto como CDs, sorvete, bebidas, guardanapos e compotas de doce, oferecendo-os para os motoristas que aguardam a liberação da pista.
Edson Mota da Silva tem 37 anos e trabalha há quatro como vendedor ambulante. Há cerca de cinco meses, ele se encontra no trecho próximo a Pacaembu vendendo sorvetes e doce de leite. Na medida em que as reformas vão terminando, o trabalhador segue adiante procurando por novas paradas.
Além das vendas na rodovia, Edson, que sonha cursar psicologia, também vende seus produtos no comércio local de Flórida Paulista, cidade onde mora. Ele afirma que sempre trabalhou neste ramo e antes de ir para as estradas, comercializava seus produtos para trabalhadores do plantio de cana.
Os comerciantes começam suas vendas por volta das 11h e prosseguem até às 18h. Em dias mais quentes, bebidas e sorvetes vendem demasiadamente por conta do forte calor, chegando a até 210 picolés em uma tarde.
Concentram-se cerca de cinco vendedores em cada trecho das obras. Para os cuidados com o sol, os profissionais costumam usar bonés, blusas com manga longa e filtro protetor solar. O trabalho não é fácil, mas a renda mensal pode chegar até R$ 2 mil por mês para esses profissionais que fazem quilômetros para ganhar a vida.