O final do mês outubro em São Paulo é marcado pelo início da temporada de compras para as festividades de fim de ano. A troca de coleção nos principais centros de compra popular e o aumento da oferta de decoração de Natal na Rua 25 de Março atraem turistas empreendedores que têm São Paulo como destino de negócios e consumo.
Segundo dados da União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco), a partir do mês de outubro o fluxo de circulação de pessoas passa dos habituais 400 mil diários para 800 mil, chegando a 1 milhão entre o final de novembro e dezembro. Quanto às perspectivas de venda, a expectativa é que haja um aumento de 15% nas vendas de artigos de Natal e presentes, em comparação com o ano passado.
A Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, região famosa por vender roupas e acessórios de qualidade a preços acessíveis também afirma um bom momento no período. A partir do mês de outubro a circulação passa dos habituais 70 mil diários para 100 mil. A expectativa é que haja um aumento de 6 a 8% das vendas comparado com o ano passado.
O secretário Municipal para Assuntos de Turismo e presidente da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos), Marcelo Rehder, explica que o aumento no fluxo de compradores se reflete no fluxo turístico da cidade. “São Paulo é o principal destino de compras do país. Muitas grifes internacionais possuem sua sede brasileira apenas na capital paulista e, em contrapartida, os melhores preços podem ser encontrados aqui, em nossas ruas populares. Acabamos atraindo não só o consumidor final, mas também o revendedor que encontra na cidade produtos diferenciados. Para São Paulo, isso é ótimo. Os turistas interessados em compras gastam mais na cidade, o que reflete não só no comércio e no turismo, mas em toda a economia”, afirma.
Um levantamento feito pelo Observatório do Turismo, núcleo de pesquisas da SPTuris, no primeiro semestre de 2013, aponta que turistas interessados em comprar permanecem mais tempo hospedados nos hotéis da capital paulista. Entre os quase 2.200 mil turistas pesquisados, 26% apontaram as compras como uma das principais atividades realizadas na cidade durante sua permanência sendo que, entre esses, a média de pernoites foi de 4,7 dias, enquanto a média geral era de 3,4 dias. Segundo o estudo, há também um aumento nas despesas realizadas na cidade no período de estadia: turistas que compram gastam, em média, R$ 2.200,67, enquanto o gasto médio padrão é de R$ 1.745,96, ou seja, 26% maior.
Outros dados também chamam a atenção na comparação entre os turistas que fazem compras e os visitantes em geral: aumenta em quase 10 pontos percentuais a proporção de turistas mulheres (de 34,4% para 43,5%); as compras representam o segundo maior destino dos gastos na cidade (22,2%), atrás apenas de hospedagem (46,2%); sobe o número de pessoas que viajam acompanhadas pelo cônjuge (de 13,8% para 25,4%) e cresce também o interesse pela realização de atividades de lazer em São Paulo (de 10,5% para 17,7%).
A importância do turismo de compras na capital também pode ser comprovada pela pesquisa realizada pelo Observatório no Aeroporto Internacional de Guarulhos em 2011. No ranking total dos entrevistados, são destacadas como atividades secundárias preferidas na cidade: gastronomia (49,4%) e compras (38,3%). Analisados apenas os turistas nacionais, o interesse pelas opções das compras (59,1%) supera a gastronomia (52,1%). Neste estudo, na avaliação geral dos pesquisados, 48,1% dos turistas atribuíram notas máximas para as compras.