O domingo (24) dos moradores do entorno do Elevado da Perimetral, no trecho do entre a avenida Professor Pereira Reis e a rua Silvino Montenegro, no centro do Rio de Janeiro, deve começar cedo. A partir das 5h, as cerca de 130 pessoas que moram na região diretamente influenciada pela implosão da via, marcada para as 7h, deverão deixar suas residências e aguardar a derrubada do viaduto em um ponto de encontro definido pela Prefeitura do Rio.

Segundo informações da própria prefeitura, a área de influência direta da demolição engloba cerca de 50 imóveis. As principais recomendações são fechar portas e janelas, desligar a chave geral de energia de sua residência, fechar o registro do botijão de gás e levar os animais de estimação. Não serão permitidos veículos estacionados nas ruas bloqueadas, somente dentro de garagens.

A prefeitura vai disponibilizar transporte para o ponto de encontro onde os moradores deverão ficar até o final da operação e, lá, a infraestrutura contará com cobertura, lanches, água e televisão. Outros 297 imóveis serão influenciados indiretamente. Os ocupantes deles, no entanto, não precisarão deixar o local e já foram informados.

A demolição tem números grandiosos: serão utilizados 1.200 kg de explosivos para detonar 5.104 toneladas de concreto e 2.500 “colchões” de pneus e areia para absorver o impacto.

  Para a colocação dos explosivos, foram perfurados cerca de 2.500 buracos nos pilares do viaduto. No trecho a ser implodido, será instalada uma tela de proteção de 215.340 m², com a função de evitar a dispersão de fragmentos.

Presidente da concessionária Porto Novo, responsável pelas obras na região e pela demolição do elevado, José Renato Ponte afirmou que o trecho de 1.050 metros do Elevado da Perimetral a ser demolido é composto por 29 vãos e 232 vigas.

As vigas foram leiloadas na quinta-feira (21), por cerca de R$ 4,7 milhões. A vencedora do leilão foi a Metral Empresas de Transportes Ltda, que ofertou R$ 520 por tonelada. As 384 vigas totalizam 9.180 toneladas.

A Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio) tomou a iniciativa de leiloar o material de sustentação da Perimetral 43 dias depois que seis vigas semelhantes, constituídas de aço corten e estimadas em R$ 1,44 milhão, foram dadas como desaparecidas.

  De acordo com o presidente da concessionária, o impacto da implosão será cinco vezes menor do que o máximo permitido pelas normas internacionais. Para a preparação da implosão, foram instalados sob o viaduto 2.512 conjuntos de pneus preenchidos de areia e 2.240 estacas em tambores.

Durante  toda a operação de domingo, serão as sirenes de alerta serão tocadas cinco vezes. A primeira, 30 minutos antes da implosão, para o bloqueio das vias no entorno; a segunda, dez minutos antes da detonação dos explosivos; a terceira cinco minutos antes; a quarta, mais longa, no momento da implosão; e a quinta após a inspeção final, para liberação da área.

A Perimetral era uma das vias mais importantes da cidade e ligava a zona sul à avenida Brasil e à ponte Rio-Niterói. O projeto de revitalização do porto do Rio prevê a demolição do viaduto da Perimetral para que os veículos circulem por túneis –em fase final de construção.

O elevado começou a ser construído em 1950, e seu primeiro trecho –que ligava o Aeroporto Santos Dumont à Candelária– foi inaugurado em 1960. A via foi desativada 63 anos após o início das obras.