Apesar de ficar abaixo do previsto, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, acelerou em novembro e mostrou aumentos dispersos por vários grupos. Agora, a expectativa é que a tendência de alta se mantenha até o final do ano.

Com isso, as previsões apontam para mais um aumento da taxa básica de juros, que deve encerrar 2013 em 10% ao ano –a Selic está hoje em 9,5% ao ano.

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Em novembro, o IPCA-15 ficou em 0,57%, acima da taxa de outubro –0,48%. Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15, sete deles apresentaram, em novembro, variações acima das registradas no mês de outubro.

“A inflação deve seguir em alta como resultado da sazonalidade do quarto trimestre e do enfraquecimento da moeda [o real]”, dizem os analistas da XP Investimentos. Para o Itaú, o resultado ficou abaixo do previsto –0,67%, embora tenha revelado aumentos disseminados e uma concentração de reajustes em artigos de alimentação.

DESTAQUES

O grupo com a maior alta foi o de vestuário –que acelerou de 0,88% em outubro para 0,96% em novembro. Foram os alimentos, porém, os grandes vilões da inflação, com o maior peso na inflação de novembro. Diante de reajustes de carne e tomate, o grupo subiu 0,84% –acima do 0,70% de outubro– e impulsionou o IPCA-15 de novembro.

Para a Rosenberg & Associados, a alimentação surpreendeu positivamente, uma vez que era esperada uma pressão maior. Outro fator que ajudou a conter a inflação em novembro foi que aumentos de energia e taxa de água e esgoto em algumas capitais não repercutiram ainda no índice, ao contrário do que ocorreu com o cigarro –com alta de 1,15% em novembro.

Apesar de ter ficado aquém do previsto, a forte dispersão de reajustes traz incertezas e sinaliza mais pressões nos próximos meses, segundo a consultoria. É que o percentual de produtos com reajuste de preço subiu de 65,8% em outubro para para 70,7% em novembro. “Isso indica que a inflação deverá permanecer em níveis elevados.”

ACUMULADO

Outro dado negativo foi a primeira alta desde julho do índice acumulado em 12 meses –que avançou de 5,75% em outubro para 5,79%. Com a previsão de um reajuste da gasolina em dezembro, economista apostam que o IPCA feche 2013 em torno de 6%.