Desde o aneurisma que afetou os movimentos de todo o lado esquerdo de seu corpo, a psicóloga Fátima (nome fictício), 56, afirma que vem sofrendo diversos tipos de violência, tanto fora como dentro de sua própria casa.
“À medida que fui saindo para o espaço público, fui ficando mais exposta à agressão tanto provocada pelas barreiras físicas como pelas barreiras de atitude das pessoas”, diz a psicóloga.
Denúncias de violência contra deficientes disparam em SP
Fátima convive com a deficiência física que resultou do aneurisma há nove anos.
A última situação enfrentada por ela foi em uma estação de metrô. O elevador do prédio estava quebrado e Fátima pediu apoio da equipe da estação para subir a escada rolante, o que ela não conseguiria fazer sozinha.
“Pedi uma cadeira de rodas, porque não conseguiria andar até um ponto de táxi só com o apoio da minha bengala. Fui ignorada, mas insisti, até entrar em conflito com a segurança.”
O caso acabou parando na delegacia e está sendo apurado pelo Metrô.
A psicóloga afirma ter sido agredida, não compreendida e desrespeitada.
TAPA NA CARA
A mobilidade reduzida também acabou gerando um episódio de conflito para Fátima durante uma situação familiar rotineira.
“Após reclamar que, ao final de um almoço, deixaram toda a louça suja para eu lavar, acabei levando um tapa no rosto de meu marido”, conta a psicóloga.
“Hoje percebo que qualquer reação de uma pessoa com deficiência vira, para os outros, sinônimo de loucura”, diz Fátima.