A Toyota retoma em abril de 2014 sua batalha particular com a Honda na guerra dos sedãs médios. Esta é a data prevista para que a nova geração do Corolla chegue às lojas brasileiras (o lançamento oficial será um pouco antes).

O modelo terá visual totalmente reformulado, baseado no carro europeu, e pelo menos uma grande novidade mecânica: câmbio automático de funcionamento semelhante ao CVT (continuamente variável), mas com simulação permanente de sete marchas — que também poderão ser trocadas sequencialmente. A opção automática do Corolla atual é de quatro marchas, com conversor de torque.

Toyota e Honda têm se revezado na liderança do segmento de três-volumes médios com o Corolla e o Civic, respectivamente. O Civic é o atual campeão de vendas (49.239 unidades até o final de outubro), e o rival é o vice (43.117).

Com preço e portfólio ainda misteriosos, o novo Corolla vai oferecer partida por botão (que deve ser opcional em algumas versões) e um painel de instrumentos mais elegante, com iluminação azul — mesma cor usada nas teclas e comandos espalhados pela cabine. Nos pacotes sem o câmbio automático será usada caixa manual de seis marchas.

Sob o capô, porém, o Corolla continuará o mesmo. Os motores seguem sendo o 1.8 de 144 cv e o 2.0 de 153 cv, ambos bicombustíveis. São propulsores já usados na gama atual e que chegam desmontados do Japão à fábrica de Indaiatuba (SP), onde o carro é produzido.

O sedã só deve ganhar uma nova geração de motores, que pode incluir evoluções como injeção direta de combustível e sistema start-stop (influentes na eficiência energética), entre 2015 e 2016, quando a futura fábrica da Toyota em Porto Feliz (SP) estiver em pleno funcionamento.

SEM RISCOS
Ao optar pelo Corolla europeu para o mercado verde-amarelo, a fabricante japonesa mostra que segue cautelosa. O Corolla americano tem cara mais agressiva, mas também é mais despojado que o do Velho Continente; afinal, nos Estados Unidos, assim como o arquirrival Civic, ele é carro de entrada.

No Brasil, ao contrário, ambos são carros de prestígio, e o Corolla é até um pouco “de tiozão” (e ambos provavelmente custam mais do que realmente valem, mas isso é outra história).

O estilo do futuro Corolla nacional, com possíveis variações entre as versões, aposta numa grade dianteira cromada totalmente integrada ao conjunto óptico — na verdade, ela literalmente invade as lentes dos faróis. Há dois conjuntos de quatro LEDs integrados às luzes baixa e alta. As luzes de neblina ficam embaixo, incrustadas no parachoque. Na traseira, as lanternas têm desenho bem mais fluido que o atual.

No geral, e especialmente observando o que fazem as fabricantes japonesas em sua terra natal (há dezenas de modelos que só são vendidos aqui), o novo Corolla ficou mais… oriental.

Quem gostou do jeitão mais jovem do Corolla americano deve torcer para que a Toyota decida levar adiante a ideia de criar uma versão esportiva (ou “esportivada” do sedã), semelhante à atual XRS (10% das vendas da gama, a R$ 77.070), que emprestaria elementos do carro ianque — especialmente a grade negra do tipo “bocão”.

Como já dito, a Toyota ainda não revela preços do novo Corolla, que chegará ao Brasil já como ano-modelo 2015. Hoje, a gama parte de R$ 60.820 e vai a R$ 85 mil. Deve haver um reajuste “justificado” pelo incremento no conteúdo, aproximando a versão de entrada a R$ 70 mil, e a top, a R$ 90 mil.

Nos corredores da Toyota, ouve-se a certeza de que, pouco tempo após seu lançamento, o novo Corolla vai virar o jogo sobre o Civic. Os demais players do segmento, bons e renovados carros como Ford Focus e Nissan Sentra, além de Chevrolet Cruze, Volkswagen Jetta e Renault Fluence, não são percebidos como capazes de despolarizar a briga dos sedãs médios — ao menos não antes de o novo Civic chegar, talvez em agosto de 2014.

Viagem a convite da Toyota