A Honda apresentou nesta quarta-feira (20), no Salão de Tóquio, o Vezel, utilitário urbano baseado no conceito Urban. As vendas no Japão começam em dezembro. No Brasil, depois que a fábrica de Itirapina (SP) iniciar as operações — provavelmente em 2015. O motor será de 1,5 litro.

Global, o jipinho urbano poderá rivalizar no Brasil com Ford EcoSport e Chevrolet Tracker, entre outros. A plataforma é a mesma do novo Fit, conforme a própria Honda anunciou em comunicado sobre a nova fábrica paulista (o Vezel é “derivado do Fit”, para ser literal). Como dito, o powertrain terá propulsor 1.5, bicombustível e possivelmente já com novas tecnologias que entregarão (sempre segundo a Honda) números de potência e torque dignos de um 2 litros (cuja tendência é desaparecer até mesmo do Civic).

 

PONTOS DE VISTA

Claudio Luís de Souza/UOL

Visual alado típico da Honda está no Vezel híbrido mostrado no Salão de Tóquio

Claudio Luís de Souza/UOL

Deste ângulo, um dos mais interessantes do Vezel, ele parece maior do que realmente é

É o downsizing à moda japonesa, que logo contará (ao menos no mercado local) com uma família de motores turbo de 1, 1,5 e 2 litros, o primeiro deles com três cilindros.

O Vezel será fabricado também no México, já em 2014, mas não será importado ao Brasil (a Honda já busca o CR-V naquele país). Tudo para garantir um alto nível de nacionalização para o modelo desde seu lançamento — consequência das exigências do Inovar-Auto.

CUPÊ TAMBÉM
Agora como carro de produção, o Vezel manteve a silhueta espichada do conceito Urban, maneira encontrada pela Honda para incluir a carroceria cupê na receita crossover do modelo (os outros ingredientes: SUV e minivan). Por isso ele parece maior que todos os seus rivais, mas, embora as medidas oficiais não tenham sido divulgadas pela Honda, ele não o é.

A maçaneta das portas traseiras foi mantida junto à coluna C, outro truque para deixar o Vezel mais “acupezado”. O estilo “alado” das dianteiras da Honda está lá, mas fica a impressão de haver um excesso de peças no parachoque e na grade frontal. As unidades exibidas aqui em Tóquio são híbridas.

E o nome? Bem, a primeira dúvida é se devemos dizer Vêzel, Vézel ou Vezél. Para Vízel, seria necessário mais um “e” para denotar a pronúncia “anglófona” de um jeito compreensível pelo planeta inteiro. 

Como se trata de um carro global, é provável que a Honda do Brasil não possa rebatizá-lo para o mercado local (as críticas ao nome pululam em várias publicações internacionais, diga-se). Civic é Civic no mundo todo; Accord e CR-V também são. Mas Vezel é meio estranho: a tradicional “gugada” nos mostrou que a palavra significa “fibra”… em holandês.

FIQUE POR DENTRO
UOL Carros fez uma minuciosa inspeção na cabine dos Vezel expostos em Tóquio. O que mais chama atenção no habitáculo do modelo é como ele parece pequeno em relação ao exterior. Se por fora o Vezel não parece ter nada a ver com o Fit, dentro dele não resta dúvida de que se trata de um compacto — que como regra é mais adequado para quatro adultos, em vez de cinco.

Também é digno de nota o console central que “decola” em direção ao painel frontal e deixa uma seção vazada, onde há entradas de mídia e porta-objetos. O volante multifuncional lembra o do Civic brasileiro, mas a tela multimídia das duas unidades expostas aqui é bem maior.

No geral, o Vezel oferece uma cabine correta, mas sem itens cuja qualidade se destaque. No Brasil deve haver uma “tropicalização” do interior, e obviamente o volante vai passar para o lado esquerdo. Mas está claríssimo que o Vezel é um modelo global menos sofisticado que, por exemplo, o CR-V. Só assim para custar entre R$ 55 mil e R$ 75 mil (palpite nosso) e encarar os jipinhos veteranos usando a mística de “marca japonesa”.