A presidente Dilma Rousseff afirmou que será anunciado nesta quarta-feira (18) a decisão sobre a aquisição de caças para a FAB (Força Aérea Brasileira) do programa F-X2.
A decisão foi anunciada durante almoço de confraternização com a cúpula das Forças Armadas, em Brasília. Dilma, contudo, fez mistério sobre com qual país o Brasil vai firmar a parceria para reequipar a FAB.
Militares reclamam de penúria e pedem R$ 7,5 bilhões ao Congresso
A escolha pelos caças se arrasta desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 2001, com a abertura do programa F-X, para substituir os caças de interceptação da FAB. O país tem um sistema ineficaz de defesa aérea. Hoje, apenas uma dúzia de caças Mirage-2000 com dificuldades logísticas são responsáveis pela defesa de todo o centro do poder.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, concederão entrevista coletiva, às 17h, para o anúncio da aquisição dos caças. Na ocasião, deve ser adquirido um lote inicial de 36 caças.
A presidente citou no discurso aos militares o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, com quem o Brasil quase fechou a compra dos caças Rafale em 2009 durante o governo Lula (2003-2010).
“Falando sinteticamente ele disse que não há razão metafísica para fazer parceria com vocês porque serão uma das economias que mais crescerão nos próximos anos. Isso explica o fato de termos condições de discutirmos com quem fazemos parcerias”, disse a presidente Dilma.
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress | ||
CONCORRÊNCIA
O FX-2, processo que vem do governo Lula (2003-2010), prevê a compra de 36 aviões de combate para servir de base para a FAB. Disputam três modelos de quarta geração, ou seja, que incorporam integração digital de sistemas e têm capacidade de combate “além da linha do horizonte” com mísseis: o americano F/A-18, o francês Rafale e o sueco Gripen NG.
A França tenta vender há anos o caça Rafale ao Brasil. As chances do caça francês, porém, parecem bem pequenas. O caça é o mais caro e sua manutenção também é a mais cara, tirou terceiro (e último) lugar no relatório da FAB e nunca teve a simpatia do Comando da Aeronáutica. Ele foi perdendo o seu grande trunfo: o apoio político. Depois de assinar o acordo bilionário dos submarinos e viver aos abraços com o então presidente Nicolas Sarkozy, Lula só teve más notícias de Paris, apontou Eliane Cantanhêde em sua coluna.
Um dos principais rivais do Rafale, o caça americano F/A-18 Super Hornet, sofreu muito politicamente com as revelações de espionagem dos EUA, inclusive no Brasil e na França. Outro ponto a favor do Rafale é a parceria que Brasil e França têm na construção de submarinos. Em missões recentes, como no Afeganistão, na Líbia e no Mali, o Rafale foi muito bem-sucedido em combate.