Quando o UFC finalmente resolveu investir no Brasil e entrar de vez no mercado em meados de 2011, o evento não teve a menor dúvida ao escolher Anderson Silva como seu principal pilar, ainda mais depois de sua vitória sobre Vitor Belfort. Sua escalação para liderar o card do primeiro UFC Rio deixou isso claro.
Depois desse impulso inicial dado pelo Spider, o UFC conseguiu se alavancar no Brasil, que se tornou o segundo maior mercado consumidor da franquia e teve sete shows em 2013. Mas mesmo com o evento consolidado, com outras estrelas e novos nomes, Anderson sempre esteve no ponto mais alto do panteão.
A preocupação já estava no ar com Silva dando a entender que era grande a chance de ele parar depois de sua última luta contra o Weidman, mas o que ninguém esperava era uma derrota da maneira que ela veio. Com a fratura, o futuro de Anderson virou uma enorme incógnita, mas na direção da aposentadoria.
Essa situação mexe com projeto do UFC para o Brasil. Claro que a dependência do Ultimate sobre Anderson Silva já é bem menor, mas uma enorme lacuna será aberta. Dou o último sábado como exemplo: nenhum outro lutador traria para Las Vegas tantos brasileiros para ver um combate in loco quanto ele. A torcida do país era maioria no ginásio. E ele ainda tem 8 lutas em seu contrato.
Outros importantes nomes terão de ser mais explorados, principalmente os que estão perto de disputar cinturões ou que já até mesmo são campeões. Vitor Belfort deve ser o principal nome do Ultimate no Brasil em 2014. Além de já ter um grande apelo com o público, poderá vingar – de certa forma – Anderson Silva em sua luta contra Chris Weidman. Glover Teixeira, que enfrenta Jon Jones em março valendo o cinturão dos meio-pesados, corre por fora.
Outros dois que fazem enorme sucesso dentro do octógono, mas que ainda não conseguiram explodir com o grande público, são José Aldo – campeão dos penas – e Renan Barão, campeão interino dos galos. Da mesma equipe, terão a chance de defender seus cinturões pela primeira vez juntos em fevereiro e podem finalmente alcançar, lado a lado, os palcos do mainstream do UFC.
Mas com o Ultimate planejando pelo menos sete eventos no Brasil, em 2014, Anderson Silva fará falta em algum momento. Que fosse com aparições ou participações especiais, como no TUF Brasil 3. É a hora de saber se, além dos quatro citados acima, outros como Lyoto Machida, Maurício Shogun, Minotouro, quem sabe Minotauro ou Wanderlei Silva, darão conta na ausência do Spider.