A concorrência chinesa “mudou” o título que consagra uma pequena cidade no interior paulista. Conhecida como capital do bicho de pelúcia, Tabatinga (331 km a noroeste de SP) hoje concentra a sua produção em enxovais para bebês.
Segundo a Aciat (associação comercial e industrial), das 52 empresas formais que trabalham com o brinquedo hoje, só 10 fabricam exclusivamente pelúcia.
O restante diversificou a produção com os enxovais e algumas nem confeccionam mais os brinquedos. Em 2009, 46 das indústrias catalogadas eram exclusivas de pelúcia e só 11 se dedicavam à fabricação de roupas.
Segundo o presidente da Aciat, Marcelo Coura, esse fenômeno foi uma consequência direta da concorrência chinesa. “Não tem como competir. Mesmo com custos de importação, eles conseguem descarregar um produto ainda mais barato que o nosso.”
O empresário Fábio Alexandre Costa, 35, está há cinco anos à frente de uma das indústrias dedicadas hoje só à fabricação das peças para bebês. “O valor agregado é maior com o mesmo número de funcionários e a mesma matéria-prima [tecido e espuma, entre outros]”, disse.
Hoje, a cidade de 15 mil habitantes tem 971 trabalhadores na indústria têxtil.
O empresário Arthur Eduardo Spínola, 27, é um dos poucos que continuam com a produção exclusiva de bichos de pelúcia, apesar da redução na fabricação -4.000 mensais, volume que chegou a ser de 7.000 em 2009.
“Quando eu comecei, dava para ficar rico; hoje, dá para se manter.”
Edson Silva/Folhapress | ||
Funcionários em uma das poucas fábricas que mantêm produção exclusiva de bichos de pelúcia, em Tabatinga (SP) |