Um dos mais incríveis espetáculos celestes é o das auroras. Testemunhar uma delas é um evento tão apaixonante que motiva algumas pessoas a saírem pelo mundo à caça dessas “pinturas” naturais.

É o caso de Marco Aurélio Brotto, empresário de Curitiba. Procurando por elas há cinco anos, ele retornou no mês passado onde tudo começou: o Alasca. A foto acima foi tirada lá, no Parque Nacional Denali.

“A primeira vez foi no Alasca, em 2008″, disse Brotto ao Mensageiro Sideral. “Mas simplesmente perdi a viagem. Não encontrei nada. Imaginava que era só chegar e olhar.”

A primeira aurora do brasileiro ele acabou vendo três anos depois, na Noruega. Brotto contratou um guia, mas o profissional ficou doente. “Aluguei um carro, peguei barco, ônibus, até que no último dia consegui ver. Paixão imediata.”

A CIÊNCIA DAS AURORAS

As luzes ondulantes que aparecem no céu são resultado da interação do vento solar — partículas emitidas pelo Sol em todas as direções do Sistema Solar — com o campo magnético terrestre.

Além de fazer com que as bússolas apontem para o norte, a chamada magnetosfera ajuda a defletir as partículas que circulam pelo espaço. Isso é importante porque nos protege de radiação perigosa, e trata-se de um sintoma de o planeta ter um núcleo externo pastoso, capaz de conduzir eletricidade. Enquanto o núcleo externo gira, ele produz um campo magnético, como um dínamo.

Os dois polos magnéticos mais ou menos coincidem com os polos geográficos da Terra (mas não exatamente) e atraem as partículas eletricamente carregadas do vento solar para lá. É justamente por conta desse fluxo de partículas na direção da atmosfera que são produzidas as auroras. Quando ocorrem no círculo ártico, são chamadas de auroras boreais. No círculo antártico, são as auroras austrais.

Quando o Sol está mais ativo, as auroras podem surgir em latitudes mais baixas. Se as partículas interagem com o oxigênio atmosférico, as auroras ganham uma cor esverdeada ou alaranjada, dependendo da quantidade de energia da radiação. Quando a interação se dá com o nitrogênio, as luzes têm tons azuis ou vermelhos.

Basta uma olhada nas fotos para ver o tamanho do espetáculo. Brotto tirou esta na Islândia, em abril de 2012.

E a caçada continua! Brotto pretende ir à Noruega novamente em janeiro, e em abril, Groenlândia. Em julho, o empresário foge da Copa do Mundo e vai à Nova Zelândia, tentar ter o primeiro gostinho de uma aurora austral.

São várias noitadas em busca delas. “O melhor horário costuma ser entre 22h e 2h da manhã, mas já vi às 7h da noite e às 5h da manhã”, conta o empresário brasileiro, que pediu sua noiva em casamento sob as luzes do norte, e a cada nova experiência parece mais fascinado e atraído pela busca, quase por instinto. “Parece que a gente sente o cheiro dela”, brinca.

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